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09/May/2025

Brasil: Inflação acelera no mês de abril ante março

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 0,30% em abril, após uma queda de 0,50% em março. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma alta de 0,90% no ano e um avanço de 8,11% em 12 meses. Os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve aumento de 0,20% em abril, ante uma redução de 0,88% em março. O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,52% em abril, após aumento de 0,44% em março. Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 0,52% em abril, depois da alta de 0,39% em março. O período de coleta de preços para o índice de abril foi do dia 1º ao dia 30 do mês. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou o ritmo de alta a 0,50% na primeira quadrissemana de maio, após elevação de 0,52% no encerramento de abril. Houve moderação em três dos oito grupos que compõem o IPC-S na passagem da quarta quadrissemana de abril para a primeira de maio: Saúde e cuidados pessoais (1,41% para 1,11%), Transportes (0,10% para 0,03%) e Alimentação (0,72% para 0,67%), além de recuo registrado em Comunicação (0,03% para -0,15%).

Em contrapartida, ganharam força Habitação (0,48% para 0,61%), Despesas Diversas (0,88% para 1,18%) e Vestuário (0,36% para 0,62%), enquanto Educação, Leitura e Recreação (-0,36% para -0,29%) registrou deflação menos intensa. As maiores influências individuais que puxaram o índice para baixo neste levantamento do IPC-S partiram de passagem aérea (-3,86% para -3,56%); tarifa de ônibus urbano (-1,80% para -2,31%); gasolina (-0,16% para -0,33%); arroz (-3,59% para -3,65%) e tarifa de telefone móvel (-0,50% para -0,98%). Na outra ponta, puxaram o índice para cima tarifa de eletricidade residencial (1,10% para 2,07%); batata-inglesa (16,18% para 20,61%); café em pó (6,50% para 6,26%); serviços bancários (0,74% para 1,21%) e tomate (16,14% para 8,46%). O reajuste de medicamentos ajudou a acelerar a inflação no IGP-DI. As famílias gastaram 1,41% mais com Saúde e cuidados pessoais, grupo de maior pressão na inflação ao consumidor do mês.

No ranking de subitens com maior impacto individual sobre o IPC-DI de abril figuraram o tomate (16,14%), tarifa de eletricidade residencial (1,10%), café em pó (6,50%), vasodilatador para pressão arterial (4,46%) e batata-inglesa (16,18%). No IPC (Índice de Preços ao Consumidor), apesar de alimentação ainda gerar pressão, o grupo com maior impacto foi Saúde e Cuidados Pessoais com os reajustes de medicamentos que foram autorizados a partir de abril deste ano. Quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais altas: Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,56% em março para 1,41% em abril), Educação, Leitura e Recreação (de -1,21% para -0,36%), Despesas Diversas (de 0,32% para 0,88%) e Vestuário (de -0,01% para 0,36%). Por outro lado, as taxas foram mais brandas nos grupos Alimentação (de 1,19% para 0,72%), Transportes (de 0,41% para 0,10%), Comunicação (de 0,32% para 0,03%) e Habitação (de 0,52% para 0,48%). O núcleo do IPC-DI teve alta de 0,48% em abril, após um aumento de 0,46% em março.

Dos 85 itens componentes do IPC, 46 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 62,58% em março para 66,13% em abril. Os aumentos nos preços dos bovinos (4,45%), carne bovina (4,04%) e soja em grão (1,27%) puxaram a inflação no atacado medida pelo IGP-DI. Houve pressão também no mês da batata-inglesa (46,84%) e do leite in natura (2,64%). O comportamento do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) em abril reflete em grande parte as altas de preços da indústria de transformação, com destaque para alimentos processados. Esses movimentos podem indicar repasses de preços ao consumidor mais elevados para esse grupo de itens. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) passou de um recuo de 0,88% em março para uma alta de 0,20% em abril. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais subiu 1,03% em abril, ante alta de 0,47% em março. O grupo Bens Intermediários acelerou de uma queda de 0,29% em março para elevação de 0,23% em abril. O grupo das Matérias-Primas Brutas caiu 0,34% em abril, ante uma queda de 2,10% em março.

O (IPC-S) deve ser pressionado pela vigência da bandeira tarifária amarela de energia elétrica residencial em maio. Na primeira quadrissemana do mês, o grupo de Habitação acelerou a 0,61%, após 0,48% no encerramento de abril. O efeito de Habitação é transitório, uma vez que a bandeira tarifária tem vigência por alguns meses. Não há certeza de que ela se estenda para o ano todo, mas me parece que este ano não será de desafio hídrico. Como ponto de alívio para o IPC-S, destaca-se a Alimentação, que, apesar de ainda elevada, apresentou importante desaceleração da primeira quadrissemana de abril para o começo de maio, passando de uma alta de 1,23% para 0,67%. A tendência à frente é de continuidade da perda de força do grupo. Adicionalmente, o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, ainda pressionado pelo reajuste dos medicamentos, deve desacelerar nas próximas quadrissemanas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.