09/May/2025
O dólar interrompeu sequência de três altas consecutivas e fechou esta quinta-feira (08/05) pós-Copom em baixa superior a 1%, reagindo a fatores como o avanço das taxas dos DIs de prazos curtos, a perspectiva de acordo comercial entre Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros e o fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa brasileira. A moeda norte-americana fechou em queda de 1,44%, a R$ 5,66. No ano, a divisa acumula baixa de 8,37%. A sessão do mercado brasileiro de renda fixa foi marcada por ajustes técnicos, o que também influenciou as cotações do dólar ante o Real. Na quarta-feira (08/05), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou uma alta de 50 pontos-base da Selic, para 14,75% ao ano, como era largamente esperado.
Ao mesmo tempo, deixou a decisão no encontro de junho em aberto, dependente dos dados econômicos, podendo tanto encerrar o ciclo de altas quanto promover uma última elevação, desta vez de 25 pontos-base. Embora as taxas médias e longas dos DIs tenham recuado nesta quinta-feira (08/05), em meio à constatação de que, depois de parar o avanço da Selic, o passo seguinte do Banco Central será cortá-las, as taxas dos DIs curtos avançaram com a leitura de que o Banco Central ainda pode promover uma elevação residual de 25 pontos-base da Selic em junho. No mercado de câmbio, isso pesou sobre as cotações do dólar. Segundo a FB Capital, houve um movimento de alta dos juros futuros curtos, de olho na alta dos retornos dos Treasuries e em reação ao comunicado do Copom, que acabou embalando a queda das taxas médias e longas.
A Selic maior dos últimos 20 anos, funciona como um colchão para o Real. O dólar pode até não desabar para R$ 5,40 ou R$ 5,50, mas não tem como subir. Além do fator Copom, o câmbio foi influenciado pela notícia de que Estados Unidos e Reino Unido estavam fechando um acordo comercial, o primeiro desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs tarifas de importação a seus parceiros. O otimismo com as conversas comerciais entre Estados Unidos e China no próximo fim de semana era outro fator favorável ao Real. O dia também foi de forte alta para o Ibovespa, superior a 2%, com profissionais voltando a citar o fluxo de capital estrangeiro para as ações brasileiras. Neste cenário, o dólar cedeu durante praticamente toda sessão, em trajetória contínua de baixa.
O recuo do dólar ante o Real ocorreu apesar de, no exterior, o dólar sustentar ganhos ante boa parte das demais divisas, na esteira da decisão sobre juros do Federal Reserva (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira (07/05). O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,73%, a 100,620. A perspectiva em torno dos acordos comerciais dos Estados Unidos, porém, trouxe alívio para o Real e alguns de seus pares, como o peso chileno e o peso mexicano. O Banco Central vendeu toda a oferta de 25.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.