12/May/2025
Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,43%, ante um avanço de 0,56% em março. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,48%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,53% até abril, ante taxa de 5,48% até março. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,48% em abril, após uma elevação de 0,51% em março. Com o resultado, o índice acumulou alta de 2,49% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 5,32%, ante taxa de 5,20% até março. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,43% registrada pelo IPCA em abril foi o resultado mais elevado para o mês desde 2023, quando havia subido 0,61%. Em abril de 2024, a taxa tinha sido de 0,38%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo terceiro mês consecutivo.
A taxa em 12 meses é a mais alta desde fevereiro de 2023, quando estava em 5,60%. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,82% em abril, após alta de 1,17% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,18% para o IPCA. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,83% em abril, após ter avançado 1,31% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,80%, ante alta de 0,77% em março. As famílias brasileiras gastaram mais com alimentação e bebidas em abril pelo oitavo mês consecutivo. O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 7,81% nos 12 meses encerrados em abril, uma contribuição de 1,68% para a taxa de 5,53% registrada pelo IPCA no período. Em abril, a alta acumulada em 12 meses no preço do café moído alcançou 80,20%, maior variação desde o início do Plano Real, em julho de 1994. As carnes subiram 22,24% nos últimos 12 meses, os leites e derivados aumentaram 9,90%, e os ovos de galinha subiram 16,74%.
Os alimentos oferecem uma pressão no índice por conta de questões climáticas que afetam a cultura. Alguns são commodities e podem ter efeito do dólar, como trigo. Outros são por efeito do clima, como o tomate. Os preços dos alimentos tiveram desaceleração. Subiu menos, mas continua sendo o maior impacto no índice do mês. A alimentação no domicílio avançou 0,83% em abril. Os destaques foram as altas na batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%). Por outro lado, ficaram mais baratos a cenoura (10,40%), o arroz (4,19%) e as frutas (0,59%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,80% em abril. O lanche subiu 1,38%, e a refeição fora de casa encareceu 0,48%. Os preços de Transportes caíram 0,38% em abril, após alta de 0,46% em março. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,08% para o IPCA, que subiu 0,43% no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,45% em abril, após avanço de 0,46% no mês anterior.
A gasolina caiu 0,35%, após ter registrado alta de 0,51% em março, enquanto o etanol recuou 0,82% nesta leitura, após alta de 0,16% na última. Os recuos nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis impediram uma alta maior na inflação oficial de abril. As passagens aéreas recuaram 14,15% em abril, subitem de maior impacto negativo no IPCA do mês, -0,09%. Os combustíveis ficaram 0,45% mais baratos. O óleo diesel recuou 1,27%, o gás veicular, -0,91%; o etanol, -0,82%; e a gasolina, -0,35%. O metrô aumentou 1,01% em abril. O táxi subiu 1,15%. O ônibus urbano recuou 0,09%. O grupo Vestuário saiu de uma alta de 0,59% em março para uma elevação de 1,02% em abril. O grupo contribuiu com 0,05% para a taxa de 0,43% do IPCA do último mês. As maiores contribuições partiram das altas na roupa feminina (1,45%), na roupa masculina (1,21%) e nos calçados e acessórios (0,60%). O movimento sazonal de mudança de estação, com a chegada às lojas de novas coleções, explica os aumentos de preços.
O grupo Despesas pessoais saiu de um avanço de 0,70% em março para alta de 0,54% em abril. O grupo contribuiu com 0,05% para a taxa de 0,43% do IPCA do último mês. Houve pressão dos aumentos nos subitens cigarro (2,71%) e serviços bancários (0,87%). O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de um avanço de 0,43% em março para uma alta de 1,18% em abril. O grupo contribuiu com 0,16% para a taxa de 0,43% do IPCA do último mês. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 2,32% nos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. O item liderou o ranking de maiores pressões sobre o IPCA de abril, com uma contribuição de 0,08%. Houve influência também no grupo dos avanços de 1,09% nos itens de higiene pessoal e de 0,57% no plano de saúde. Oito dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em abril.
Os avanços ocorreram em Habitação (com aumento de 0,14%, uma contribuição de 0,02% para o IPCA do mês), Educação (0,05%, impacto de 0,00%), Alimentação e bebidas (0,82%, impacto de 0,18%), Despesas pessoais (0,54%, impacto de 0,05%), Saúde e cuidados pessoais (1,18%, impacto de 0,16%), Artigos de residência (0,53%, impacto de 0,02%), Comunicação (0,69%, impacto de 0,03%) e Vestuário (1,02%, impacto de 0,05%). A única deflação foi registrada em Transportes (-0,38%, impacto de -0,08%). Todas as 16 regiões investigadas registraram altas de preços em abril. O resultado mais brando foi verificado em Brasília (DF), alta de 0,04%, enquanto o mais elevado ocorreu em Porto Alegre (RS), com aumento de 0,95%. Segundo a Tendências Consultoria, apesar do alívio na margem em abril, o qualitativo do IPCA segue ruim e deve exigir cautela por parte do Banco Central na condução da política monetária.
A inflação dos serviços subjacentes veio mais forte que a esperada em abril e agora acumula alta de 6,7% nos últimos 12 meses, maior patamar desde junho de 2023, em meio ao cenário de atividade econômica aquecida e mercado de trabalho resiliente. A inflação dos bens industriais subjacentes, abertura cujo comportamento está mais ligado ao ciclo da atividade econômica, saiu de 3,1% em março para 3,6% no acumulado em 12 meses. Está um pouco mais comportado, mas é o maior nível desde novembro de 2023. O alívio no número na margem foi resultado da descompressão no preço de alguns alimentos e, principalmente, da deflação nas passagens aéreas, o que reforça o qualitativo ruim do índice. Em meio à guerra tarifária entre Estados Unidos e China, o preço de algumas commodities, principalmente as ligadas à produção de energia, tem recuado. Pode haver um corte no preço dos combustíveis à frente, e reverter em parte a aceleração da inflação de bens industriais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.