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13/May/2025

EUA e China: evolução da negociação surpreende

Esta é uma reviravolta maior do que o esperado. Muitos observadores do mercado ficaram surpresos com o quanto os Estados Unidos e a China concordaram em cortar tarifas. Mas, a guerra comercial está longe de terminar. A trégua dura 90 dias. No entanto, pode levar mais tempo para se chegar a um acordo comercial completo. A notícia é vista como uma vitória para a China, o que aumenta o risco de que a trégua possa fracassar. O ING afirma que não apostaria que essa pausa tarifária de 90 dias se manteria. O déficit comercial dos Estados Unidos com a China pode aumentar à medida que as empresas repõem seus estoques para aproveitar as taxas mais baixas. A questão-chave é se os negociadores norte-americanos conseguirão obter da China compromissos que possam ser apresentados como uma vitória. Os Estados Unidos ainda não obtiveram concessões da China.

Segundo a Capital Economics, será interessante ver se a China estará disposta a oferecer algo substancial nessas negociações, mas não se espera que o país asiático se sentirá sob grande pressão para fazê-lo. A China conseguiu desmascarar o “blefe” de Donald Trump. Se a China não assumiu compromissos concretos para atender às preocupações dos Estados Unidos sobre o que o presidente Trump considera uma relação comercial injusta, por exemplo, comprometendo-se a abrir seu mercado para mais produtos norte-americanos, os Estados Unidos ainda comprarão menos produtos chineses. Com uma tarifa efetiva de 40%, as exportações chinesas para os Estados Unidos provavelmente cairão em até um terço. Embora as exportações tivessem caído muito mais com tarifas acima de 100%, isso ainda representaria um declínio drástico no comércio entre as duas maiores economias.

Tarifas sobre o fentanil estão agora em foco. Para o Citigroup, as tarifas vinculadas à crise de overdose nos Estados Unidos são "frutas fáceis de colher", e a China já sinalizou que está disposta a acalmar as preocupações de Trump. No entanto, como os Estados Unidos agora reduziram as tarifas "recíprocas", o fim das tarifas sobre o fentanil significaria que a China seria tratada como qualquer outro parceiro comercial. E o comércio de "venda para a América" está em questão. As ações europeias superaram as dos Estados Unidos este ano, em parte devido à preocupação com o impacto da guerra comercial sobre as empresas norte-americanas. Segundo o Deutsche Bank, a redução da tensão pode ajudar a diminuir a diferença. O acordo de Genebra provavelmente será um fator positivo maior para as ações dos Estados Unidos do que para as ações europeias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.