14/May/2025
Segundo o Eurasia Group, autoridades dos Estados Unidos e da China concluíram no domingo (11/05), uma rodada inicial de negociações comerciais com resultados surpreendentemente positivos. Os avanços feitos durante o encontro foram amplamente valorizados por ambos os lados, que classificaram as discussões como "construtivas", um sinal raro e relevante diante das recentes tensões bilaterais. Desde os primeiros meses do novo governo do presidente Donald Trump, tarifas recíprocas chegaram a patamares próximos a um embargo, atingindo 125% e tornando as transações comerciais praticamente inviáveis.
As negociações recentes reduziram expressivamente as tarifas aplicadas pelos dois países contra o outro, que agora passam a 10% (além dos 20% adicionais que os Estados Unidos seguem aplicando sobre produtos chineses, a pretexto da crise do fentanil). Diante dos impactos econômicos e políticos decorrentes das altíssimas tarifas, os dois lados demonstraram disposição para avançar medidas práticas. O anúncio revelou a urgência do governo Trump para aliviar a crescente pressão econômica do mercado e da indústria.
Paralelamente, o governo chinês também está pressionado para reduzir o impacto das tarifas sobre sua economia. A expectativa era que as tarifas elevadas custariam à China 2% de seu PIB este ano. Como parte do entendimento, os dois países decidiram suspender temporariamente essas tarifas mais elevadas por um período de 90 dias. Ao mesmo tempo, implementaram um mecanismo recorrente de consultas bilaterais para criar um canal de diálogo por meio do qual tratar as questões econômicas e comerciais que afetam a relação entre eles. O recuo nas tensões e a sinalização de comprometimento com um diálogo mais estável são positivos.
No entanto, as negociações enfrentarão incertezas elevadas. Questões estruturais profundas também permanecem sem solução, dificultando um acordo definitivo que mantenha as tarifas em níveis mais baixos. Além disso, mesmo com a redução das tarifas para 10%, e com o risco de que, após a trégua, voltem aos 34% anunciados pelos Estados Unidos, os custos impostos ao comércio bilateral e às economias seguem relevantes, levando empresas a revisar cadeias produtivas globais e gerando preocupação entre consumidores e investidores. Fonte: Broadcast Agro.