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21/May/2025

Amazônia: França quer construir prisão na Guiana

A França planeja construir uma prisão de segurança máxima para traficantes de drogas e radicais islâmicos na Amazônia, perto de uma antiga colônia penal na Guiana Francesa, provocando protestos entre moradores e autoridades locais. A ala faria parte de uma prisão de US$ 450 milhões (R$ 2,5 bilhões) anunciada em 2017, com previsão de conclusão até 2028 e capacidade para 500 detentos. A prisão seria construída em Saint-Laurent-du-Maroni, cidade na fronteira com o Suriname que já recebeu prisioneiros enviados por Napoleão III no século XIX, alguns dos quais foram enviados para a famosa Ilha do Diabo, na costa da Guiana Francesa. O Ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, anunciou planos para construir a ala de alta segurança durante uma visita oficial à Guiana Francesa no sábado (17/05). Ele afirmou que 15 das 60 vagas da ala seriam reservadas para radicais islâmicos. A prisão também tem como objetivo impedir que suspeitos de tráfico de drogas tenham qualquer contato com suas redes criminosas.

A mídia francesa, citando o Ministério da Justiça, informou que pessoas da Guiana Francesa e dos territórios do Caribe Francês seriam enviadas prioritariamente para a nova prisão. O anúncio irritou muitos na Guiana Francesa, um departamento francês ultramarino localizado na América do Sul. A região já foi uma colônia infame, conhecida por manter presos políticos franceses, incluindo o Capitão do Exército Alfred Dreyfus, acusado de espionagem. Dreyfus foi encarcerado na Ilha do Diabo, uma colônia penal que funcionou por um século e foi retratada no romance francês best-seller "Papillon", que mais tarde foi transformado em dois filmes. Jean-Paul Fereira, presidente interino do coletivo territorial da Guiana Francesa, uma assembleia de 51 legisladores que supervisiona os assuntos do governo local, disse que eles ficaram surpresos com o anúncio, já que o plano de construir uma ala de alta segurança nunca foi discutido previamente.

A medida foi considerada desrespeitosa e insultuosa. O acordo assinado pela Guiana Francesa em 2017 era para a construção de uma nova prisão com o objetivo de aliviar a superlotação na prisão principal. Embora todas as autoridades eleitas locais tenham há muito tempo pedido medidas fortes para conter o crescimento do crime organizado no território, a Guiana não foi feita para acolher criminosos e pessoas radicalizadas da França continental. Jean-Victor Castor, parlamentar da Guiana Francesa, também criticou o plano. Ele disse ter escrito diretamente ao primeiro-ministro francês para expressar suas preocupações, observando que a decisão foi tomada sem consultar as autoridades locais. "É um insulto à nossa história, uma provocação política e uma regressão colonial", escreveu Castor em um comunicado divulgado no domingo (18/05), ao pedir que a França retirasse o projeto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.