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21/May/2025

Amazônia: Brasil tem tecnologia para preservação

O desmatamento da Amazônia é um dos maiores desafios climáticos globais. O Brasil, dono da maior parte da floresta, possui as ferramentas para preservá-la. Tecnologias como inteligência artificial e sistemas de monitoramento estão à disposição. O que falta, porém, é algo menos técnico: vontade política e ação coordenada. É o que aponta o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O monitoramento realizado por iniciativas como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o MapBiomas, que operam com redes abertas e multidisciplinares, já permite um acompanhamento em tempo real bastante eficiente.

O problema é que, muitas vezes, as informações geradas não são aplicadas da maneira correta. O principal obstáculo não é tecnológico, mas político, econômico e institucional. A dificuldade está na aplicação efetiva das informações disponíveis. Além do desmatamento, há um ponto crucial que recebe pouca atenção: a degradação da floresta. Hoje, o Brasil já perdeu entre 20% e 25% da cobertura original da Amazônia. E, do que ainda resta, cerca de 40% estão em estado de degradação. Isso significa que essa floresta, embora ainda de pé, já não cumpre plenamente seu papel de regular o clima e absorver gases de efeito estufa.

A degradação da floresta não afeta apenas o meio ambiente regional, mas amplia os desafios climáticos globais. Nesse contexto, o uso estratégico da tecnologia também se mostra essencial em áreas urbanas. É o que vem demonstrando o Google, com projetos que aplicam inteligência artificial para reduzir emissões de CO2 nas cidades. O Google na América Latina destacou iniciativas inovadoras da empresa de tecnologia voltadas para a redução de emissões de CO2 nas áreas urbanas. Um exemplo é o projeto Green Light, lançado em 2024. Usa dados de mobilidade urbana, coletados de forma anônima pelo Google Maps e pelo Waze, para otimizar o tempo de espera nos semáforos.

O resultado dessa abordagem já é uma redução de até 24% nas emissões de CO2 em cidades como Rio de Janeiro (RJ) e Campinas (SP). Ao ajustar os semáforos com base em dados em tempo real, é possível diminuir o tempo de inatividade dos veículos, o que tem um impacto direto na redução de gases poluentes. Mas não é somente a floresta ou o trânsito que exigem respostas tecnológicas. O clima, cada vez mais imprevisível, também se tornou um desafio para a inteligência artificial, e para quem depende dela para salvar vidas. O Laboratório de Inteligência Artificial para Aplicações Aeroespaciais e Ambientais (Liarea) do Inpe, trouxe uma reflexão importante a respeito dos desafios da meteorologia em um cenário cada vez mais imprevisível de mudanças climáticas.

A mudança nos padrões tradicionais do clima, como os regimes de chuva e temperatura, dificulta prever eventos extremos, o que impacta diretamente as políticas de mitigação e resposta a desastres naturais. Para enfrentar esse desafio, no entanto, a inteligência artificial tem sido cada vez mais incorporada aos modelos meteorológicos. Apesar disso, nenhuma tecnologia é perfeita. O Inpe faz previsões de desmatamento na Amazônia. Se errar, isso pode ter consequências sérias para a sociedade. Por isso, o ser humano precisa continuar ‘no laço’, especialmente em atividades com impacto direto na vida das pessoas e no meio ambiente Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.