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22/May/2025

RS: impactos das enchentes no PIB e na inflação

De acordo com o Boletim Regional do Banco Central, publicado nesta quarta-feira (21/05), as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio do ano passado levaram a um menor crescimento do Estado, quando desconsiderado o desempenho da agropecuária. Em parte, isso se deveu às enchentes de maio, que resultaram em contração aguda da atividade econômica no mês, com recuperação ao longo do ano. O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) relativo ao Estado cresceu 2,7% no ano passado, contra uma alta de 3,8% na média das demais Unidades da Federação, quando desconsiderada a agropecuária. O maior impacto foi observado no setor de serviços, que contraiu 7,3% no Rio Grande do Sul, mas se expandiu 3,6% na média do restante do País. Os danos à produção agrícola do Estado foram mitigados porque grande parte das lavouras da safra de verão (1ª safra 2023/2024) já havia sido colhida no momento das enchentes.

Ainda assim, houve efeitos sobre a soja, e perdas relativamente menores em milho e arroz. Entre os componentes dos serviços, as maiores diferenças são observadas nos serviços prestados às famílias (que caíram 5,8%, contra alta de 5,0% no Brasil) e atividades turísticas (-14,3%, contra alta de 4,3%). Esses segmentos sofreram impactos relevantes da mudança do padrão de consumo da população, que priorizou a aquisição de bens essenciais e aqueles requeridos para a reconstrução e reequipagem dos lares, do fechamento por período prolongado do principal aeroporto do Estado e da menor movimentação de pessoas e bens. O retorno ao nível pré-enchente tem ocorrido gradualmente. A indústria de transformação também cresceu menos no Estado, com alta de 0,6%, contra 3,9% no restante do País. Os dados sugerem que o setor ainda operava um pouco abaixo do seu nível normal no fim do ano passado, possivelmente por causa de dificuldades logísticas associadas a estragos em rodovias.

O varejo ampliado avançou 9,3% no Estado e 3,4% na média das demais UFs. Além disso, as enchentes causaram impactos de curto prazo na inflação do Estado, mas esses efeitos foram quase totalmente devolvidos já em junho/2024. Além disso, os preços na região subiram menos do que no restante do Brasil entre maio e dezembro. O IPCA da região metropolitana de Porto Alegre foi 0,41% maior do que a inflação nacional em maio/2024. No entanto, a taxa regional ficou 0,35% abaixo da brasileira em junho/2024. No acumulado de maio a dezembro/2024, a alta de preços em Porto Alegre foi 0,6% do que a do agregado do País. Os preços de alimentos, que subiram com força logo após as enchentes, também passaram a avançar com menor intensidade no restante do ano, inclusive com deflação entre julho e setembro.

O arroz, que sofreu impactos por atraso de distribuição após as enchentes, caiu no segundo semestre, beneficiado pela normalização da logística e pelas perspectivas de uma safra forte em 2025. Os preços de bens industriais caíram já em maio, com comportamento heterogêneo: alta mais forte em itens como artigos de limpeza, e variações mais modestas em veículos novos e artigos de residência, por exemplo. No restante do ano, esse comportamento se inverteu, com queda nos preços do primeiro grupo e alta mais forte no segundo. O mesmo ocorreu nos preços de serviços, com queda na demanda por restaurantes, academias e estacionamentos logo após a enchente, ocasionando uma variação mais modesta nos preços. Com a recuperação do Rio Grande do Sul, os preços de serviços passaram a crescer um pouco mais rápido do que no restante do País no acumulado entre maio e dezembro/2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.