29/May/2025
O dólar fechou esta quarta-feira (28/05) em alta firme ante o Real, próximo dos R$ 5,70, sustentado pelo avanço da moeda norte-americana no exterior e pela cautela dos investidores em relação ao desdobramento das mudanças no IOF no Brasil. A pressão de alta foi atenuada após a Reuters informar que parte da perda de arrecadação com o recuo do governo sobre o imposto será coberta pelo resgate de fundos garantidores, mas ainda assim o dólar se manteve em alta. O dólar fechou a R$ 5,69, com valorização de 0,87%. No mês, a divisa acumula alta de 0,34%. No exterior, a expectativa de que acordos comerciais a serem fechados pelos Estados Unidos poderão melhorar a economia do país dava força ao dólar ante diversas moedas desde cedo. Mas, no caso do Real, o avanço da moeda norte-americana era mais intenso em função do mal-estar persistente em torno da questão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Após o governo Lula voltar atrás em parte das medidas de aumento do IOF em operações de câmbio, o mercado esperava por medidas para cobrir o rombo de cerca de R$ 2 bilhões calculado originalmente para este ano. O Ministério da Fazenda está sensível a pleitos do setor financeiro e vai se “debruçar” sobre possíveis alternativas "a itens isolados" do decreto que elevou o IOF em diversas transações. As declarações foram dadas após reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e sua equipe com representantes de bancos. Segundo a Correparti Corretora, parece haver dúvidas sobre o rumo do IOF, com o governo estudando alternativas. Há uma pressão grande, principalmente do mercado financeiro e do agronegócio. A cautela com o IOF fez o dólar subir mais no Brasil do que no exterior. Neste ambiente, o dólar à vista marcou a cotação máxima de R$ 5,71 (+1,29%). Depois, a Reuters noticiou com exclusividade que o governo federal vai resgatar R$ 1,4 bilhão de fundos garantidores que possuem recursos da União para compensar a perda de arrecadação com o recuo em relação ao IOF.
Serão sacados recursos não comprometidos do Fundo Garantidor de Operações (FGO) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC). O montante de R$1,4 bilhão seria suficiente para resolver a questão em 2025. Em reação, o dólar perdeu força ante o Real e voltou a oscilar abaixo dos R$ 5,70 e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) se afastaram das máximas em toda a curva. Ainda que não tenha eliminado o mal-estar em relação ao IOF, a notícia de compensação via fundos ajudou a reduzir parte dos prêmios nos mercados. Mesmo assim, o Real se manteve como a moeda com a maiores perdas no mercado global, seguida pelo peso mexicano e pelo peso chileno, numa sessão de modo geral negativa para divisas de emergentes e exportadores de commodities. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,35%, a 99,870. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.