30/May/2025
Nesta sexta-feira (30/05), quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, a agropecuária vai mostrar novamente a sua força. A projeção de bancos e consultorias é de que o setor deve ter um crescimento superior a 10%. O resultado da agropecuária vai contribuir, de forma expressiva, para o bom desempenho da economia brasileira no período de janeiro a março. A previsão é de que o PIB tenha avançado 1,5% na comparação com os últimos três meses de 2024. Isoladamente, a agropecuária não tem muita força para ditar o rumo da atividade econômica do País. No cálculo do IBGE, representa cerca de 6% a 7% do PIB brasileiro. É um número que considera basicamente o que é produzido da "porteira para dentro". O que ocorre, no entanto, é que a força do setor se espalha para as atividades da indústria e para o setor de serviços, que acabam se beneficiando do bom resultado do campo brasileiro.
Em 2023, quando o País registrou um PIB mais forte no agro, o resultado positivo se espalhou para outros setores. Segundo o Itaú, deve haver isso ao longo de 2025. Outros setores, que são beneficiados pelo agro, podem ter um desempenho melhor neste primeiro trimestre. No primeiro trimestre, o Itaú estima um crescimento da agropecuária de 10,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre, a alta deve ser de 12,8%. Um levantamento anual realizado pelo Cepea e pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) ajuda a dimensionar o tamanho do agronegócio na economia. Em 2024, toda a cadeia representou 23,2% do PIB brasileiro. Em valores, a produção daquilo que foi influenciado dentro e fora da porteira da fazenda somou R$ 2,72 trilhões. Esse número envolve desde uma indústria de fertilizantes, ou de defensivos, ou de máquinas agrícolas até as indústrias que vêm depois da porteira, que processam essas matérias-primas.
Isso também é calculado para o setor de serviços. Se estão transportando soja, é agronegócio, mas, se estão transportando celular, não é. Na safra atual, diante de um clima favorável, o cenário traçado é bastante positivo para o agronegócio. O Brasil vai colher uma safra recorde de grãos. A última estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, apurado pelo IBGE, projeta 328,4 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025, o que representa um crescimento de 12,2% na comparação com o ano passado. O resultado deverá ser impulsionado pela colheita de soja, que tem um peso relevante no resultado do primeiro trimestre. A produção deve ser a maior já apurada e alcançar 164,2 milhões de toneladas, aumento de 13,3% ante 2024. A outra força do campo virá da safra de milho, que deve somar 128,2 milhões de toneladas, alta de 11,8%. São duas lavouras de peso grande e que contribuem para a previsão de crescimento do PIB agro.
De maneira geral, é um agro mais forte ao longo do ano. E, na parte de pecuária, que também tem um peso relevante e a projeção era mais pessimista no começo do ano, acabou surpreendendo para cima. Nos últimos anos, o dinamismo do agronegócio tem ficado evidente quando se observa o desempenho econômico das regiões brasileiras. A Região Centro-Oeste deve ser a única região a apresentar uma aceleração do PIB em 2025. A região também tem observado um crescimento no número de companhias instaladas. Se o País produz muita soja, por exemplo, tem de encaminhar ou para uma indústria ou para um mercado consumidor ou para o porto. Isso vai aquecer tanto a agroindústria como todo o setor de serviços. Na safra atual, os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e o Distrito Federal vão responder por 50,4% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas. Nem todo ano o agro é forte, mas esse crescimento não fica dentro só do agro. Ele dinamiza para diversos setores da economia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.