03/Jun/2025
As preocupações sobre a política comercial dos Estados Unidos, após o presidente norte-americano Donald Trump fazer novas ameaças tarifárias, foram o gatilho para a queda do dólar ao redor do mundo nesta segunda-feira (02/06), inclusive no Brasil. O dólar fechou em baixa de 0,81%, a R$ 5,67. No ano, a divisa acumula perdas de 8,17% ante o Real. Na sexta-feira (30/05), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que planeja aumentar as tarifas sobre aço e alumínio importados de 25% para 50%, elevando a pressão sobre os produtores globais de aço. Além disso, acusou a China de violar um acordo entre os dois países para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais sobre minerais essenciais. Os ataques de Trump seguiram reverberando nos mercados, com os investidores globais se desfazendo de dólares e de Treasuries, em meio às incertezas sobre a política comercial dos Estados Unidos.
No Brasil, a moeda norte-americana oscilou em baixa ante o Real durante toda a sessão. Segundo a FB Capital, o Real se valorizou no primeiro pregão do mês de junho em linha com queda global do dólar. Houve um movimento um pouco coordenado do mercado, de realocação de posições. A queda do dólar no Brasil nesta segunda-feira (02/06) só não foi maior por conta das incertezas fiscais. O governo dizer que a alta do IOF é a única maneira de fechar as contas foi muito ruim. E, sobre isso, novamente pegou mal para o mercado a desarticulação política do governo com o Congresso. Desde 22 de maio, quando o Ministério da Fazenda anunciou elevações de várias alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cumprir a meta fiscal do ano, os ativos brasileiros vêm sendo pressionados, ainda que o governo tenha voltado atrás em algumas medidas.
O Congresso, por sua vez, tem criticado as medidas relacionadas ao IOF. Nesta segunda-feira (02/06), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que espera solucionar nesta semana a questão das mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) combinadas com medidas estruturais que busquem equacionar a questão fiscal. Segundo Haddad, os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mostraram disposição em discutir medidas fiscais estruturais, e não apenas soluções paliativas para as contas públicas. Influenciado pelo exterior e pelas articulações em Brasília, o dólar oscilou entre a cotação mínima de R$ 5,66 (-0,94%) e a máxima de R$ 5,71 (-0,17%). Ao longo da sessão, o dólar voltou a aprofundar as perdas ante o Real, com o fator externo se sobressaindo.
Segundo a Nomad, a retomada do discurso protecionista por parte do governo norte-americano, com ameaças de elevação de tarifas sobre aço e alumínio, refletiu uma sessão marcada pela aversão ao risco dos investidores direcionada principalmente aos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e à fraqueza do dólar. A valorização do petróleo, diante das incertezas geopolíticas entre Rússia e Ucrânia, também contribui para o fluxo positivo em direção a mercados emergentes, especialmente o Real. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,70%, a 98,661. O Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de julho de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.