04/Jun/2025
As relações entre China e Estados Unidos estão em um momento decisivo, afirmou o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em comunicado divulgado nesta terça-feira (03/06), referente ao encontro em Pequim com o novo embaixador norte-americano no país, Nicholas Burns. O chanceler chinês destacou que, após as conversas econômicas com os Estados Unidos realizadas em Genebra, a China tem implementado de forma séria e rigorosa os consensos alcançados por ambas as partes. No entanto, ele criticou a postura recente do governo norte-americano. "É lamentável que o lado norte-americano, com justificativas infundadas, tenha tomado recentemente uma série de medidas negativas que prejudicam os direitos e interesses legítimos da China", afirmou.
Ele afirmou ainda que a China se opõe firmemente a essas ações e cobrou dos norte-americanos a adoção de medidas que permitam a retomada do diálogo. Segundo ele, é preciso criar as condições necessárias ao retorno das relações bilaterais ao caminho certo, com base nos entendimentos firmados na conversa telefônica entre os dois presidentes em janeiro deste ano. Em resposta, Burns afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem grande respeito pelo presidente da China, Xi Jinping, e que considera essencial manter uma comunicação "ativa e construtiva" entre os dois líderes. O embaixador disse ainda estar disposto a manter uma comunicação estreita com o lado chinês, com base no respeito mútuo e na escuta recíproca.
O Ministério das Relações Exteriores da China também reiterou a posição do país quanto a "acusações falsas" dos Estados Unidos sobre violação da trégua alcançada em Genebra. A China está "responsável e fielmente" seguindo os termos do acordo, ao contrário do lado norte-americano. "Vamos lembrar novamente que pressão e coerção não são a melhor forma de engajar com a China", alertou o porta-voz do governo chinês. O Ministério das Relações Exteriores pediu que os Estados Unidos respeitem os fatos, interrompam o compartilhamento de desinformação, revertam suas ações erradas e atuem para honrar o consenso bilateral.
Ainda, ao contrário da China, os Estados Unidos estão violando o acordo com "medidas prejudiciais extremas" contra os direitos e interesses legítimos chineses. Como exemplo, os controles de exportação de chips, revogação de vistos de estudantes, bloqueio da venda de softwares de design de automação eletrônica (EDA), entre outras ações anunciadas recentemente pelos Estados Unidos. O mistério também comentou acusações sobre o governo chinês representar uma ameaça a países na região do Mar Meridional da China.
Os Estados Unidos, junto ao Japão, Austrália e Filipinas, espalharam acusações falsas para incitar o confronto entre países regionais e a China lamenta a postura adotada e já realizou protestos em oposição. O porta-voz chinês reiterou que o comportamento é produto de uma "mentalidade de Guerra Fria". A União Europeia também foi criticada por analisar tarifas contra equipamentos médicos produzidos na China. A União Europeia está se tornando protecionista, competitivamente injusta e frequentemente recorre ao comércio unilateral. A China pediu que o bloco europeu siga as regras de mercado aberto da Organização Mundial do Comércio (OMC). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.