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06/Jun/2025

BDC: reunião sobre segurança alimentar e clima

O Brasil vai sediar a reunião anual do Banco de Desenvolvimento o Caribe (BDC) na próxima semana promovendo debates sobre temas estratégicos, como segurança alimentar, resiliência climática e conectividade aérea, que pode até mesmo impulsionar a pauta comercial. O encontro marca a conclusão do mandato de um ano da presidência do Brasil da Assembleia de Governadores do Banco. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), é um evento muito focado na parte política, na importância que o Brasil dá à região, na aproximação que o Brasil quer ter com a região e quer manter, ajudando em soluções, tanto na parte financeira, quanto na parte de infraestrutura e segurança alimentar. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, deve participar da abertura e encerramento do evento.

O tema desta reunião é "Construindo o Futuro: Instituições Resilientes para um Caribe Mais Verde, Mais Forte e Inclusivo". Quatro discussões que serão realizadas no evento paralelo à reunião do conselho. O primeiro tema se relaciona à pauta que o Brasil defendeu durante a sua presidência do G20: a Aliança Global contra a Fome. A ideia é ampliar o debate do tema, buscando resultados, para apresentar em outro evento, o Financiamento para o Desenvolvimento, que ocorrerá em Sevilha, na Espanha, no início de julho. O vice-diretor administrativo do Fundo Monetário Internacional (FMI) vai conduzir um debate sobre instrumentos para o desenvolvimento e os desafios da região, diante de um cenário marcado por incertezas.

Também haverá uma mesa específica para a COP30, discutindo mudanças climáticas, financiamento verde e ESG, com participação de agentes públicos e representantes do setor privado. O encontro também vai discutir a conectividade aérea para a região do Caribe. Existem discussões sobre possíveis novas rotas, mas nada na iminência de se desenrolar, por ora. A ampliação dessas rotas é importante para o fomento do turismo e transporte de carga, o que pode ampliar o leque comercial com a região. O Brasil tem um fluxo comercial pequeno com a região, que representa menos de 0,5% das exportações brasileiras. Embora reconheça que seja um mercado pequeno, é uma potência a ser explorada, já que a região demanda por consumo de alimentos, especialmente proteína animal, e itens manufaturados e de máquinas, como produtos da linha branca.

O Brasil tem uma política externa muito pragmática e um direcionamento do presidente Lula para o fortalecimento das instituições multilaterais. Pensando em tudo isso, a ideia é que os bancos de desenvolvimento sejam maiores, mais fortes, com projetos de mais impacto e mais replicabilidade. Diante de todo esse contexto, a reunião anual é uma grande oportunidade de melhorar a atuação do Brasil nos bancos de desenvolvimento e melhorar a atuação dos bancos de desenvolvimento para o Brasil e para o Sul Global. O Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC) foi criado em 1969 e fica em Barbados, voltando para o crescimento econômico e o desenvolvimento dos países membros do Caribe, além da promoção da integração da região. Os ativos totais do BDC em 2024 somaram pouco mais de US$ 2 bilhões e o Banco opera uma carteira de empréstimo da ordem de US$ 1,4 bilhão.

O BDC tem 28 membros, sendo que 19 são países e territórios caribenhos mutuários, que podem receber financiamentos. O Brasil ingressou na instituição em 2015 e é o membro mais recente do banco. A intenção de participar da instituição havia sido manifestada em 2007, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ingressar no BDC, o Brasil subscreveu US$ 28,2 milhões, o que lhe dá direito a 1,12% de participação acionária. Desse montante, só US$ 6,1 milhões estão efetivamente aportados na forma de capital integralizado. A participação no BDC permite que empresas brasileiras concorram nas licitações financiadas com recursos do banco. A Álya Construtora venceu uma licitação financiada pela instituição no valor de US$ 154 milhões para uma obra na Guiana. Esse trecho permitirá, no futuro, a integração rodoviária com Roraima, que faz parte do projeto das Rotas de Integração Sul-Americana. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.