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06/Jun/2025

Mata Atlântica: desmate em patamar ainda elevado

Segundo a ONG SOS Mata Atlântica, a devastação do bioma caiu, mas continua a preocupar. A expectativa era de uma redução maior. É uma situação incômoda, em patamar ainda alto de desmate. A agricultura e os desastres naturais, sobretudo a tempestade recorde no Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024, foram os principais vetores recentes da destruição. Da Mata Atlântica original, de cinco séculos atrás, só restou 24%. A destruição na Mata Atlântica diminuiu em 12 Estados e aumentou em 5, com base nos registros do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da ONG SOS Mata Atlântica, considerado o raio X mais completo da situação. Foram 66.526 hectares perdidos por expansão agrícola, como pasto, eucalipto e soja, o principal vetor de pressão. Grande parte ocorre na transição de Mata Atlântica e Cerrado, ou nas “ilhas” de mata dentro do Cerrado e da Caatinga, principalmente no Piauí, na Bahia e no norte de Minas Gerais.

O Ministério do Meio Ambiente diz manter ações antidesmate, como restringir crédito rural para infratores e promover operações do Ibama e aplicação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. O segundo maior fator de pressão foi o total de 3.307 hectares de floresta perdidos no Rio Grande do Sul na enchente recorde de 2024. O desmate aumenta a vulnerabilidade das encostas a deslizamentos sob tempestades, que estão mais frequentes com as mudanças climáticas. Ou seja, novas chuvas podem causar mais perdas. A supressão da cobertura vegetal também foi um problema no litoral norte de São Paulo, na chuva sem precedentes de fevereiro de 2023. Além de políticas permanentes de fiscalização e restauração da mata ciliar, o governo do Rio Grande do Sul criou duas iniciativas para recuperar florestas após o colapso de 2024, mas que ainda estão na etapa inicial.

Algumas áreas do Vale do Taquari foram semeadas com espécies nativas da Mata Atlântica, o que acelerou a recuperação. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, há muitas áreas que podem receber a técnica e o governo está conversando com parceiros para viabilizar novas ações. O terceiro maior vetor da destruição foi a expansão urbana, muito pela proximidade das áreas de Mata Atlântica das maiores metrópoles do País, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG). Uma boa notícia foi a queda do desmate no Paraná e em Santa Catarina. A SOS Mata Atlântica atribui isso à retomada da fiscalização ambiental nos últimos dois anos e à confirmação da prevalência da Lei da Mata Atlântica sobre o Código Florestal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.