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06/Jun/2025

Dólar recua ao menor valor desde outubro de 2024

O dólar apresentou queda firme nesta quinta-feira (05/06) e voltou a fechar abaixo do nível de R$ 5,60 pela primeira vez desde meados de outubro. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities avançaram, apoiadas em dois pontos: novo sinal de perda de força do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que reforça a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) neste ano, e a possibilidade de arrefecimento da guerra comercial, após telefonema entre o presidente Donald Trump e o líder chinês, Xi Jinping. O Real foi um dos destaques entre as divisas mais líquidas, seguido de perto pelo peso chileno. Operadores e analistas atribuem o desempenho da moeda brasileira à expectativa pelo anúncio das expectativas fiscais no fim de semana e ao aumento das apostas em alta da taxa Selic em 0,25 ponto em junho, o que aumenta a atratividade do carry trade.

Um ala do mercado também atribui parte do fortalecimento do Real a sondagens que mostram enfraquecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e às chances de vitória de um candidato mais à direita do espectro político, em tese mais comprometido com a austeridade fiscal, no pleito de 2026. O dólar rompeu o piso de R$ 5,60 logo após a primeira hora de negócios e, após registrar mínima a R$ 5,57, encerrou a sessão em queda de 1,08%, a R$ 5,58, o menor valor de fechamento desde 14 de outubro (R$ 5,58). A moeda já acumula baixa de 2,36% nos quatro primeiros pregões de junho, o que leva as perdas no ano a 9,64%. A notícia de que a S&P Global Ratings manteve o rating do Brasil em BB, com perspectiva estável, não teve influência aparente na formação da taxa de câmbio. Na semana passada, a Moody's havia alterado a perspectiva da nota brasileira de positiva para estável, enterrando as chances de o País conquistar o grau de investimento no curto prazo.

A Equador Investimentos afirma que os indicadores mais recentes dos Estados Unidos, como os pedidos semanais de auxílio-desemprego, divulgados nesta quinta-feira (05/06), mostram arrefecimento da economia norte-americana e levam a uma queda do dólar. Além disso, a conversa entre Trump e Xi Jinping, embora não traga nada concreto, é positiva ao mostrar disposição para negociações. O mercado já começa a especular que há espaço para que o Fed corte os juros neste ano em mais do que os 50 pontos-base já esperados. É um ambiente que estimula queda do dólar em relação a divisas emergentes. Os investidores já podem ter se posicionado à espera da divulgação, nesta sexta-feira (06/06), do relatório de emprego (payroll) de maio. O Fed se mantém cauteloso, mas o mercado mostra certo otimismo. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY operou ao redor da estabilidade e rondava os 98,700 pontos no fim do dia.

A moeda norte-americana subia, contudo, em relação ao franco suíço e ao iene, duas divisas vistas como refúgio em momentos de aumento da aversão ao risco. Tirando o rublo russo, com ganhos de mais de 2,5%, o Real apresentou o melhor desempenho entre as moedas mais líquidas. Para o Banco BS2, a queda mais forte do dólar no Brasil está relacionada ao aumento das apostas no mercado de juros futuros de uma alta final da taxa Selic em 0,25%, para 15%, pelo Copom neste mês. Não há fundamento para o dólar ficar abaixo de R$ 5,60. O que favorece o Real neste momento é um movimento em cima do aumento do carry trade, que atrai recursos de estrangeiros. Há ceticismo com a perspectiva de que o governo anuncie medidas estruturais do ponto de vista fiscal em substituição ao aumento do IOF. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.