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11/Jun/2025

Banco Mundial revisa projeções para o PIB global

O Banco Mundial cortou suas projeções para o crescimento global nos próximos dois anos e alertou que a economia caminha para o seu ritmo mais lento de avanço desde a crise financeira de 2008, excluindo-se períodos de recessão. A análise está em seu relatório de Perspectivas Econômicas Globais, lançado nesta terça-feira (10/06), e que inclui redução nas previsões de crescimento para aproximadamente 70% de todas as economias em regiões e grupos de renda observados pela organização. O Produto Interno Bruto (PIB) global deve desacelerar para 2,3% em 2025, retomando leve aceleração a 2,4% em 2026 e a 2,6% em 2027, mas sem riscos previstos de recessão. No relatório anterior, de janeiro, o Banco Mundial previa crescimento de 2,7% neste ano e no próximo. Se as projeções se materializarem, os primeiros sete anos da década de 2020 terão o crescimento médio mais lento de qualquer década desde 1960.

O Banco Mundial atribui a deterioração do cenário ao aumento de tensões comerciais e incertezas quanto a políticas econômicas, principalmente depois do chamado "Dia da Libertação" dos Estados Unido e anúncio de tarifas recíprocas, em 2 de abril, responsável por reduzir fluxos de comércio global. Por outro lado, os aumentos tarifários e mercados de trabalho apertados ampliaram previsões para a inflação global, que deve avançar 2,9% em 2025. Aproximadamente 60% de todas as economias em desenvolvimento também devem desacelerar neste ano, acumulando crescimento médio de 3,8% em 2025, antes de acelerar a 3,9% nos próximos dois anos. Esse número é mais de 1% abaixo da média pré-pandemia, o que deve dificultar esforços de criação de emprego, redução da pobreza extrema e aproximação de renda per capita na comparação com economias avançadas.

Levará pelo menos duas décadas para que essas economias retornem ao ritmo pré-pandemia de expansão do PIB. A economia global pode se recuperar mais rápido que o esperado se as maiores economias mitigarem tensões comerciais para diminuir incertezas e volatilidade financeira. O Banco Mundial também recomenda diversificação do comércio, mais parcerias estratégicas de investimentos entre países, melhora do ambiente de negócios e fortalecimento da postura fiscal, colocando como "crucial" a colaboração global. O Banco Mundial cortou projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para os Estados Unidos, zona do euro e Japão nos próximos dois anos, mas manteve previsões de avanço da China em 2025 e 2026. O declínio acentuado nas perspectivas reflete o aumento de barreiras comerciais, nível elevado de incerteza e volatilidade dos mercados financeiros, que minaram a confiança dos consumidores.

O PIB dos Estados Unidos deve avançar 1,4% em 2025 e 1,6% em 2026, abaixo das altas de 2,3% e 2%, respectivamente, projetadas no relatório de janeiro. A economia norte-americana já estava em processo de desaceleração, mas as mudanças na política tarifária intensificaram o processo. Para 2027, a previsão é de alta de 1,9% no PIB norte-americano. A China, alvo das maiores tarifas recíprocas dos Estados Unidos e que possui amplas implicações para a economia global, teve as projeções de crescimento econômico mantidas em 4,5% para 2025 e em 4% para 2026. As medidas de estímulo fiscal do governo chinês devem contrabalançar parcialmente o aumento de barreiras comerciais e enfraquecimento da demanda externa, mas a demanda doméstica ainda fragilizada pelos problemas no setor imobiliário seguirá pesando na atividade. Assim, a previsão é de desaceleração do PIB da China a 3,9% em 2027, refletindo o envelhecimento da população, níveis elevados de dívida e menor crescimento potencial e produtividade.

A zona do euro deve crescer 0,7% neste ano e 0,8% no próximo, abaixo dos 1% e 1,2% estimados anteriormente, mas deverá acelerar para alta de 1% em 2027. O cenário de forte desaceleração econômica também inclui cortes de juros adicionais pelo Banco Central Europeu (BCE), tendo em vista que a inflação deve seguir oscilando perto da meta de 2%. O Japão também deve ter expansão do PIB de 0,7% em 2025, antes de subir a 0,8% em 2026 e em 2027. Em janeiro, a previsão era de avanço de 1% neste ano e de 0,9% no próximo. Os gastos com consumo e investimentos de capital terão recuperação moderada, enquanto o Banco do Japão (BoJ) continua com aumentos de juros e normalização da política monetária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.