11/Jun/2025

Em meio à guerra tarifária entre Estados Unidos e China, a SLC Agrícola avalia que o Brasil deve sair fortalecido no longo prazo como fornecedor confiável de produtos agropecuários. Apesar de um benefício menor no curto prazo, o Brasil tende a ganhar mais espaço estruturalmente. No longo prazo, esse benefício fica mais consistente, porque o Brasil vai ser sempre a opção do comprador. A expectativa é que esse novo posicionamento traga impactos positivos para a liquidez dos produtos, atração de investimentos e desenvolvimento da logística.

Chama atenção a mudança de postura da Europa. A Europa é importadora líquida de produtos agrícolas e percebeu que não pode depender só dos Estados Unidos. Ela se abriu mais para negociações com o Brasil e o Mercosul. O atual cenário é diferente daquele vivido em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump, quando o Brasil se beneficiou principalmente de prêmios de curto prazo. A dependência da China em relação aos Estados Unidos hoje é menor do que era em 2018. Isso a tornou mais forte. O caso da soja, principal produto da pauta exportadora brasileira, é um exemplo da mudança de dinâmica no comércio global.

Na época, 43% da soja que a China importava vinha dos Estados Unidos. Agora, apenas 20% vêm de lá. Além disso, os estoques subiram de 28 milhões para 43 milhões de toneladas. A nova onda de tarifas promovida por Trump tem um perfil mais radical. É uma postura muito mais egocêntrica e nacionalista. As tarifas deverão continuar existindo, mas não se sabe que patamar. Nesse contexto, países que importam produtos agrícolas dos Estados Unidos devem arcar com tarifas adicionais, o que tende a favorecer o Brasil. Esse é um diferencial importante. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.