11/Jun/2025
Segundo o Itaú BBA, o Brasil possui 28 milhões de hectares de pastagens com degradação intermediária ou severa que apresentam potencial para conversão em áreas agrícolas. A análise foi baseada em mapeamento da Embrapa e considera critérios de solo, clima, logística e restrições ambientais e fundiárias. Se convertida integralmente, essa área pode acrescentar até 104,7 milhões de toneladas à produção nacional de soja e 52,8 milhões de toneladas à de milho 2ª safra. O total de 158 milhões de toneladas adicionais representaria alta de 52% sobre a produção combinada atual dos dois grãos, estimada em 300 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Em termos absolutos, o aumento de aproximadamente 105 milhões de toneladas de soja equivale a mais de duas safras de Mato Grosso, que produz cerca de 47 milhões de toneladas, ou duas Argentinas.
A conversão de 28 milhões de hectares elevaria a área de soja em 59% sobre os 47,5 milhões de hectares cultivados atualmente, e em 34% sobre os 81,7 milhões de hectares de grãos previstos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a atual temporada. A maior parte das áreas aptas está na Região Centro-Oeste (51%), seguido pela Região Sudeste (17%), do Matopiba (13%) e dos estados de Pará e Rondônia (13%). O levantamento considerou o histórico de chuvas e o zoneamento agrícola de risco climático (Zarc), além da proximidade com rodovias, silos e polos logísticos. Segundo o estudo, 36% das pastagens brasileiras têm alto vigor, 42% vigor médio e 22% vigor baixo. As áreas de conversão estão concentradas em solos com boa capacidade de mecanização e fertilidade adequada, e com chuvas anuais superiores a 1.200 mm bem distribuídas.
A análise também atribui relevância ambiental à conversão de pastos, ao estimar que cada hectare recuperado evita o desmatamento de área nativa equivalente. O maior ganho da conversão de pastagens talvez seja o desmatamento evitado. Ao evitar a abertura de novas áreas no Cerrado, o Brasil deixaria de emitir até 3,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, com base em média de 125 toneladas de CO2 por hectare. O País tem chance de ampliar sua competitividade global sem a necessidade de expansão de fronteiras. A conversão de pastagens degradadas no Brasil representa uma das maiores oportunidades de alavancar simultaneamente os ganhos econômicos, ambientais e sociais. A transformação das áreas exige, contudo, investimentos pesados em correção do solo, fertilidade e estrutura fundiária, além de ampliação do crédito e da assistência técnica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.