ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Jun/2025

Inflação: taxa mais branda para maio desde 2023

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou maio com alta de 0,26%, ante um avanço de 0,43% em abril. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,75%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,32% até maio, ante taxa de 5,53% até abril. A alta de 0,26% registrada pelo IPCA em maio foi o resultado mais brando desde janeiro de 2025, quando havia subido 0,16%. Considerando apenas meses de maio, o resultado foi o mais baixo desde 2023, quando houve elevação de 0,23%. Em maio de 2024, a taxa tinha sido de 0,46%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu após três meses seguidos de avanços, passando de 5,53% em abril de 2025 para 5,32% em maio de 2025. A taxa em 12 meses é a mais branda desde fevereiro de 2025, quando estava em 5,06%.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,17% em maio, após alta de 0,82% em abril. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,04% para o IPCA, que subiu 0,26% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,02% em maio, após ter avançado 0,83% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,58%, ante alta de 0,80% em abril. As famílias brasileiras gastaram mais com alimentação e bebidas em maio pelo nono mês consecutivo. O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 7,33% nos 12 meses encerrados em maio. No mesmo período, a taxa registrada pelo IPCA ficou em 5,32%.

Em maio, a alta acumulada em 12 meses no preço do café moído alcançou 82,24%, maior variação desde o início do Plano Real, em julho de 1994. O clima afetou a produção de café, inclusive em outros países produtores, e houve escassez mundial. Já há sinais de aumento na produção no campo, mas até chegar na ponta leva tempo. Situação semelhante aconteceu com o chocolate, também foi por conta de problemas de produção mundial de cacau. Teve quebra de safra em grandes países produtores, por efeitos climáticos. Tudo isso acabou trazendo pressão de alta no cacau. A alimentação no domicílio avançou 0,02% em maio. Houve quedas no tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%).

Entre as altas, os destaques foram a batata-inglesa (10,34%), cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%). Batata e cebola tiveram redução de oferta. Tomate teve aumento de oferta, assim como as frutas de uma forma geral. Houve ainda melhora na oferta de arroz e de ovo no mercado doméstico. Tudo isso acaba trazendo esse alívio para o bolso do consumidor. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,58% em maio. O lanche subiu 0,51%, e a refeição fora de casa encareceu 0,64%. Os alimentos fora de casa subiram mais que os alimentos no domicílio porque sofrem pressão também de repasse de outros custos.

Os preços de Transportes caíram 0,37% em maio, após queda de 0,38% em abril. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,08% para o IPCA, que subiu 0,26% no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,72% em maio, após recuo de 0,45% no mês anterior. A gasolina caiu 0,66%, após ter registrado queda de 0,35% em abril, enquanto o etanol recuou 0,91% nesta leitura, após queda de 0,82% na última. Os recuos nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis voltaram a impedir uma alta maior na inflação oficial de maio. As passagens aéreas recuaram 11,31% em maio, subitem de maior impacto negativo no IPCA do mês, -0,06%. Esse acaba sendo um período de menos demanda de viagens de férias e lazer (maio e abril). Os combustíveis ficaram 0,72% mais baratos.

O óleo diesel recuou 1,30%, o gás veicular, -0,83%; o etanol, -0,91%; e a gasolina, -0,66%. O ônibus urbano subiu 0,54%, enquanto o metrô aumentou 1,37%. Para o mês de junho, será incorporada a redução no preço dos combustíveis. No entanto, ainda não é possível mensurar se a queda nas bombas será suficiente para compensar o avanço nas contas de luz a partir da entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha. Gasolina e energia elétrica estão entre os subitens de maior peso no cálculo do IPCA: o peso da energia elétrica é de 3,78%, e o da gasolina, de 5,24%. Em energia elétrica, o impacto vai direto na conta do consumidor. A gasolina depende do repasse dos postos ou não (dos cortes de preços nas refinarias). Para chegar efetivamente para o consumidor final, será preciso esperar.

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,14% em abril para uma alta de 1,19% em maio. O resultado levou a uma contribuição de 0,18% para a taxa de 0,26% registrada pelo IPCA do último mês. A energia elétrica residencial aumentou 3,62%, impulsionada pela entrada em vigor da bandeira tarifária amarela no mês de maio, adicionando R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos. O subitem exerceu a maior pressão individual no IPCA do mês, uma contribuição de 0,14%. A energia elétrica teve reajuste tarifário em algumas regiões, alta de PIS/Cofins e a bandeira tarifária amarela. Em julho haverá novo impacto sobre a energia elétrica, da bandeira vermelha em vigor em junho. O gás de botijão aumentou 0,51% em maio, e o gás encanado subiu 0,25%. A taxa de água e esgoto avançou 0,77%.

O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de um avanço de 1,18% em abril para uma alta de 0,54% em maio, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,07% para a taxa de 0,26% do IPCA do último mês. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 0,69% nos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Houve influência também no grupo do avanço de 0,57% no plano de saúde. O grupo Vestuário saiu de uma alta de 1,02% em abril para uma elevação de 0,41% em maio, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,02% para a taxa de 0,26% do IPCA do último mês. As maiores contribuições partiram das altas na roupa feminina (0,84%), na roupa masculina (0,10%) e nos calçados e acessórios (0,10%).

Dois dos nove grupos que integram o IPCA registraram deflação em maio. Os recuos ocorreram em Transportes (queda de 0,37%, impacto de -0,08%) e Artigos de residência (-0,27%, impacto de -0,01%). Na direção oposta, os preços subiram em Habitação (com aumento de 1,19%, uma contribuição de 0,18% para o IPCA do mês), Educação (0,05%, impacto de 0,00%), Alimentação e bebidas (0,17%, impacto de 0,04%), Despesas pessoais (0,35%, impacto de 0,04%), Saúde e cuidados pessoais (0,54%, impacto de 0,07%), Comunicação (0,07%, impacto de 0,00%) e Vestuário (0,41%, impacto de 0,02%). Em maio, 15 das 16 regiões investigadas registraram altas de preços.

A queda de 11,31% nas passagens aéreas exerceu a maior contribuição negativa individual sobre a inflação de maio, um impacto de -0,06% para a taxa de 0,26%. Figuraram ainda no ranking de principais alívios sobre o IPCA de maio o tomate (-0,05%), o arroz (-0,03%), a gasolina (-0,03%) e o ovo de galinha (-0,01%). Na direção oposta, a principal pressão partiu da energia elétrica residencial, com alta de 3,62% e influência de 0,14%. Houve contribuições positivas também do café moído (0,03%), batata inglesa (0,02%), plano de saúde (0,02%), refeição fora de casa (0,02%), cebola (0,01%) e taxa de água e esgoto (0,01%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.