ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Jun/2025

Plano Safra 2025/2026 e o desafio da Selic elevada

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Plano Safra 2025/2026, que começa em 1º de julho, está sendo construído pelo governo. Há um desafio bastante relevante diante da Selic alta, em 14,75% ao ano. Será preciso buscar alternativas de captação de recursos internacionais mais baratos para manter a competitividade dos produtores. Mesmo diante da Selic elevada, que passou de 10,5% ao ano para os atuais 14,75% ao ano, o que encarece o custo ao Tesouro para subvenção de taxas de juros. O ministro afirmou que o Plano Safra será eficiente e robusto para manter o ritmo de crescimento da agropecuária. A expectativa do Ministério da Fazenda é de lançamento do próximo Plano Safra ainda neste mês. A elaboração do Plano Safra está na terceira fase com a definição das prioridades e regras gerais pelos ministérios da Fazenda e da Agricultura, quanto ao Plano Safra da agricultura empresarial, e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, quanto à política de crédito para agricultura familiar.

Carlos Fávaro afirmou que quer ampliar a linha dolarizada de crédito rural para a modalidade de custeio. A medida é estudada pelo governo federal entre as alternativas para ampliar o funding de recursos para o Plano Safra 2025/2026. Há dois anos, parecia impossível lançar linhas de crédito de investimento dolarizadas, que hoje fornecem recursos aos produtores com juros de 8,5% ao ano ante uma Selic de 14,75% ao ano e sem risco de avaliação cambial. Com apoio do Banco Central, a ideia é criar também linha dolarizada de custeio para esses mesmos produtores que têm o hedge natural. O ministro afirmou que o atual nível da Selic é proibitivo para investimentos. É preciso trazer alternativas. Hoje, o País tem a capacidade de captar recursos internacionais a juros muito mais baratos para aqueles produtores que têm hedge natural, porque produzem soja, milho, pecuária, algodão para exportação. Outro assunto que está sendo discutido é a modernização do seguro rural.

O ministro voltou a defender que, se o seguro rural fosse eficiente, não haveria endividamento dos produtores rurais por intempéries climáticas. Há o desafio de modernizar o seguro rural, de fazer legislação para seguro, de implementar o seguro paramétrico, de fazer com haja necessidade de que todo produtor brasileiro que acesse linhas de crédito de custeio com recurso subsidiado pelo governo tenha que contratar seguro. O ministro vai propor esse enfrentamento ao Banco central. O ministro observou que o Banco Central é responsável pela gestão do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que há dois anos custou ao Tesouro R$ 10 bilhões em indenizações. No ano passado, o Proagro custou R$ 7 bilhões, enquanto o seguro rural tem R$ 1 bilhão de subvenção. Isso é desproporcional, avaliou Fávaro. Um gasta muito e dá pouco efeito, outro gasta pouco, com muito efeito, comparou. A ampliação de recursos para o projeto Caminho Verde Brasil, programa de recuperação de áreas degradadas e conversão em áreas produtivas, também será tema de discussão com o Banco Central. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio