02/Jul/2025
Maior bancada do Congresso Nacional, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) não compareceu ao lançamento do Plano Safra 2025/2026 empresarial que ocorreu nesta terça-feira (1º/07) no Palácio do Planalto. Não havia nenhum membro da diretoria da frente presente no evento. Este é o segundo ano consecutivo em que parlamentares da bancada agropecuária não comparecem ao anúncio do Plano Safra e mostram distanciamento do governo. Desde o início do governo Lula, a FPA se opõe ao Executivo em repetidas ocasiões relacionadas a políticas agrícolas. Neste ano, uma das indisposições com o governo foi justamente a suspensão dos financiamentos subvencionados do Plano Safra 2024/2025 em fevereiro e a mais recente a tributação dos títulos agrícolas. A FPA informou que a diretoria não foi convidada institucionalmente. A FPA afirmou que o recorde do Plano Safra 2025/2026 será a elevação do custo ao produtor rural em R$ 58 bilhões de juros.
O governo federal elevou os juros aplicados nos financiamentos tanto da agricultura familiar quanto empresarial em até 2%. Os juros da agricultura familiar variaram entre 0,5% ao ano a 8% ao ano, enquanto os da agricultura empresarial variam de 8,5% a 14% ao ano, conforme a linha de investimento. Com juros mais caros e recursos menores, os investimentos ficarão escassos, evidenciando maior cautela dos produtores a longo prazo. A FPA atribuiu o aumento dos juros básicos, criticado pelo governo, ao "descontrole fiscal" do Executivo. Os juros são reflexo da inflação persistente, de expectativa desancorada e aumento das preocupações fiscais. O aumento dos gastos públicos sem corte efetivo de gastos, o crédito encarece e os preços dos alimentos sobem, criticou a FPA. Ainda. os recursos ofertados para investimento na agricultura empresarial recuaram 5,4% para R$ 101,5 bilhões e o montante geral para a agricultura familiar aumentou apenas 1,5%, para R$ 516,2 bilhões.
Além disso, a subvenção foi 17,5% menor, alcançando R$ 13,5 bilhões em recursos para equalizar as taxas de juros. A FPA refutou a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o governo patrocina o agronegócio brasileiro. "Renúncia fiscal não é patrocínio do setor. É compensação. Dos R$ 138 bilhões alegados pelo governo, a maior parte vem da Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi), sendo que parte são muitos benefícios para a população, como isenções à cesta básica e não ao setor" afirmou. A FPA afirmou ter apresentado propostas de revisão de gastos governamentais ao Executivo, como emendas à MP. Entre elas estão a transferência da gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o Ministério da Agricultura, a redução dos ministérios de 31 para 19, o fim dos supersalários, a reestruturação de imóveis públicos e alíquota zero para câmbio até 2030 para remessas de exportação. Além da proposta de Plano Safra plurianual e com anúncio no início do ano fiscal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.