11/Aug/2025
De acordo com dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do governo federal, os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram um aumento de 4% entre agosto de 2024 e julho de 2025, na comparação com o mesmo período anterior. Já no Cerrado a devastação diminuiu 21%. Mesmo com queda, a cobertura vegetal perdida no Cerrado supera a da Amazônia. Foram 5.555 Km² e 4.495 Km² de área desmatada em cada ecossistema, respectivamente. Segundo o governo, houve queda no desmatamento na Amazônia por corte raso e a alta foi puxada pelos incêndios. O Brasil vai receber em novembro, em Belém (PA), a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30) e está no centro do debate ambiental global neste ano, anunciado como prioridade pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Problemas logísticos para a realização do evento e pautas que contrariam o discurso do governo, como a aprovação da flexibilização do licenciamento ambiental, põem em xeque a capacidade do governo de liderar a agenda climática.
No Pantanal, a supressão de vegetação recuou 72%, de 1.148 Km² para 319 Km² em 2024/2025. Também houve queda de 9% nas áreas afetadas por incêndios no bioma. O monitoramento do Deter é feito por meio de imagens de satélite. O balanço consolidado de desmatamento é divulgado no fim do ano, por meio do sistema Prodes. Membros do governo destacaram a intensificação da fiscalização pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável por cuidar das unidades de conservação. “Estamos fazendo uma ação muito forte para que a impunidade não prospere”, disse o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. O aumento dos alertas na Amazônia é atribuído principalmente ao desmate por degradação, causado por incêndios florestais. O bioma teve recorde de fogo no segundo semestre do ano passado.
O governo federal promete zerar o desmatamento em todos os biomas até 2030, meta que integra o compromisso de redução de emissões do País. O Deter é um sistema de monitoramento que conta com alertas rápidos por meio de imagens de satélite, para guiar a ação de fiscais e da polícia ambiental. Esses alertas costumam antecipar a tendência das taxas anuais de desmate consolidadas pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que é considerado o balanço final. Dados do Deter divulgados no mês passado, referentes ao primeiro semestre deste ano, já haviam mostrado aumento nos alertas de desmatamento na Amazônia, com alta de 27%, em relação primeiro semestre do ano passado. A área desmatada no bioma em seis meses saltou de 1.644,9 Km² em 2024 para 2.090,3 Km² neste ano. Na ocasião, o Ministério do Meio Ambiente também citou os incêndios florestais como responsáveis pela alta.
Conforme a Pasta, as áreas sob alerta de desmatamento identificadas no primeiro semestre de 2025 sofreram forte influência dos incêndios ocorridos entre agosto e outubro de 2024. Na divulgação anterior dos dados do Deter, referente a maio, o governo federal já havia destacado o impacto dos incêndios florestais sobre os números do desmatamento. O “desmatamento com vegetação”, que corresponde a locais atingidos pelo fogo, teve alta de 266% de janeiro a junho de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o desmatamento por corte raso se manteve estável no período. A extensão territorial afetada pelo fogo é contabilizada pelo satélite apenas no início do período seco, quando há menor concentração de nuvens no céu. Segundo especialistas, a mudança climática tem tornado os incêndios florestais mais devastadores e feito com que até florestas úmidas, como a Amazônia, queimem mais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.