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25/Aug/2025

Avanço de Fusões e Aquisições no Agro em 2025

De acordo com levantamento da PwC Brasil, as transações de fusões e aquisições (M&A) no agronegócio brasileiro avançaram acima da média dos demais setores no primeiro semestre de 2025. Enquanto o volume geral cresceu 13% na comparação anual, o agro registrou expansão de quase 17%, saindo de 24 para 28 operações. No total, o mercado brasileiro saltou de 623 para 706 transações. Entre os segmentos do agro, a agropecuária foi o destaque, passando de duas para nove operações na comparação anual, seguida por laticínios, com avanço de duas para cinco, e avicultura, de uma para quatro. Em termos de distribuição geográfica, São Paulo concentrou dez transações no agro, seguido por Rio Grande do Sul (quatro) e Mato Grosso (três). O movimento de consolidação no agro tem sido puxado principalmente por empresas brasileiras.

Apenas 14% das operações envolveram capital estrangeiro no primeiro semestre, o menor patamar desde o início da série histórica, em 2008. A busca por eficiência operacional e capitalização em um cenário de juros elevados explica a predominância de operações locais. Hoje, a grande maioria das transações no agro é feita por empresas nacionais que buscam eficiência, seja por meio de verticalização, racionalização de custos ou capitalização. Já o investidor estrangeiro está mais cauteloso, aguardando clareza sobre tarifas e custos tributários. Apesar do avanço, o segundo semestre pode ser marcado por desaceleração. Inclusive, o crescimento das operações caiu de 21,6% no primeiro trimestre para 13% entre abril e junho. O efeito das tarifas está afetando negativamente o mercado de M&A no Brasil. Setores como proteína animal e café devem sofrer mais, porque o aumento das tarifas impacta diretamente as exportações.

Embora os juros elevados sigam como obstáculo à captação de recursos, o fator mais crítico hoje são as barreiras comerciais. O investidor vai segurar mais, não por conta da taxa de juros, mas pela expectativa em relação ao custo tributário e às tarifas. Assim, o maior freio para a continuidade dos negócios é a guerra tarifária deflagrada pelos Estados Unidos. Com o anúncio do aumento de tarifas para os produtos brasileiros, especialmente proteína animal, o investidor adota uma postura de espera. Ninguém vai colocar recursos em uma empresa que pode perder vendas e exportações. Fertilizantes, bioenergia e a consolidação de usinas de açúcar e etanol devem concentrar as próximas movimentações de fusões e aquisições no agro. Ainda existe muito interesse por biocombustíveis e pelo segmento de fertilizantes, que deve voltar a registrar novas operações nos próximos meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.