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25/Aug/2025

Dólar recua com previsão de corte de juros nos EUA

O dólar recuou quase 1% ante o Real na sexta-feira (22/08), na esteira das fortes perdas da moeda norte-americana no exterior, conforme os investidores reagiram positivamente ao discurso do chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no simpósio econômico de Jackson Hole. O dólar fechou em baixa de 0,99%, a R$ 5,42. Na semana passada, a moeda acumulou alta de 0,43%. Em falas para o evento anual promovido pelo Fed, Powell disse observar riscos crescentes para o mercado de trabalho dos Estados Unidos, acrescentando que a perspectiva básica é afrouxar a política monetária, diante do patamar restritivo em que se encontra. Embora o mercado de trabalho pareça estar em equilíbrio, trata-se de um equilíbrio curioso, resultante de uma desaceleração acentuada tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores. Essa situação incomum sugere que os riscos de queda no emprego estão aumentando, afirmou Powell.

No entanto, ele não sinalizou quando ou em qual velocidade a taxa de juros poderá ser cortada, ressaltando também a importância de se ter cautela conforme as autoridades aguardam por mais dados econômicos antes da próxima reunião do Fed, em 16 e 17 de setembro. As falas de Powell foram suficientes para os agentes financeiros reforçarem apostas de que o Fed poderá retomar os cortes de juros a partir de setembro. No momento, operadores precificam 80% de chance de uma redução de 0,25% na taxa, segundo dados da LSEG, ante 65% de probabilidade antes do discurso. Um segundo corte de mesma magnitude está totalmente precificado até dezembro. Por outro lado, a maior economia do mundo ainda enfrenta um cenário incerto devido à imposição de tarifas elevadas pelo presidente Donald Trump, o que foi mencionado por Powell, sinalizando que as autoridades continuam preocupadas com um impacto altista sobre a inflação.

Segundo a AZ Quest, a principal notícia da sexta-feira (22/08) foi o discurso do Powell em Jackson Hole. A economia dos Estados Unidos está em ponto curioso, em que riscos inflacionários estão um pouco para cima, e riscos de emprego estão um pouco para baixo. Mas, os membros do Fed vinham sinalizando que a decisão de setembro estava aberta, porém Powell indicou que o cenário base é cortar a taxa de juros. Juros mais baixos nos Estados Unidos tornam o país menos atrativo para investidores estrangeiros, o que, por consequência, acaba prejudicando o dólar ante seus pares fortes e emergentes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,88%, a 97,740. Na cotação mínima do dia no Brasil, o dólar atingiu R$ 5,40 (-1,26%). Na máxima, a moeda foi a R$ 5,47 (-0,02%).

O dólar ainda acumulou um ganho semanal no mercado brasileiro, onde os agentes financeiros seguem preocupados com o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos. A percepção entre investidores é de agravamento das relações bilaterais desde uma decisão judicial do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na prática, impede que o ministro Alexandre de Moraes sofra as consequências de sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. Após a decisão emitida no dia 18 de agosto, o mercado doméstico passou a ver mais dificuldades para as negociações e ainda teme que uma resposta norte-americana possa impactar as operações de bancos nacionais. O Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.