26/Aug/2025
Segundo a ROIT, empresa que atua em soluções para a reforma tributária, o instrumento do “split payment” (pagamento fracionado) previsto para 2027, para combater sonegação e garantir arrecadação mais eficiente, é um dos pilares da reforma tributária regulamentada neste ano. Esse mecanismo vai impactar diretamente o fluxo de caixa das empresas, o que exige, desde já, preparação para lidar com a nova realidade. De forma simplificada, o “split payment” é um sistema em que os tributos são segregados no momento do pagamento, indo diretamente para os cofres públicos sem passar pela conta da empresa. Significa o fim de atrasos no recolhimento e da complexidade das guias de impostos. “É um sonho para o governo e um pesadelo logístico para quem gerencia o fluxo de caixa”.
O “split payment” coloca o Fisco na posição de coproprietário do caixa das empresas. A mudança representada pelo novo instrumento pode ser comparada com a provocada quando do surgimento do “Sped” (Sistema Público de Escrituração Digital). A diferença é que agora o impacto é direto e diário. As empresas que já enfrentam desafios para equilibrar entradas e saídas o “split payment” podem acender um sinal de alerta. A segregação automática dos impostos reduz o valor líquido que fica disponível na conta da empresa. E isso não é apenas uma mudança técnica, é uma mudança estratégica. Antes, o imposto ficava ‘estacionado’ no caixa por algumas semanas até o vencimento da guia. Agora, ele será deduzido instantaneamente.
O resultado é menos capital de giro e maior dependência de crédito. Empresas que já trabalham com margens apertadas precisam repensar estratégias agora. Renegociação de prazos com fornecedores, aumento da eficiência operacional e otimização de custos serão indispensáveis para enfrentar essa nova realidade. Além disso, o uso de tecnologias avançadas para gestão financeira e tributária se tornará obrigatório. Se a empresa não dominar os dados da sua operação, o ‘split payment’ pode se transformar em um fardo insustentável. Ferramentas de Invoice-To-Pay e simuladores de fluxo de caixa integrados com o ‘split’ são soluções que ajudarão as empresas a enxergarem o futuro antes que ele vire problema. Embora a promessa de acabar com a sonegação fiscal seja atraente, e positiva para o equilíbrio econômico do País, os desafios não podem ser ignorados.
Benefícios
Redução da sonegação fiscal e da concorrência desleal.
Simplificação do recolhimento de tributos.
Maior previsibilidade tributária para governos e empresas.
Desafios
Redução da liquidez imediata.
Dependência de sistemas robustos para gestão em tempo real.
Necessidade de maior capital de giro para empresas com alto volume de tributos.
Conciliação complexa entre as operações na competência versus caixa.
Se o “split payment’ é inevitável, a preparação será o grande divisor de águas. As empresas que dominarem os números, ajustarem seus processos e investirem em tecnologia avançada sairão na frente. Na guerra de gestão que está por vir, quem tiver os dados nas mãos ditará as regras do jogo. O “split payment” não é o fim, mas o começo de uma nova era na gestão empresarial. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.