15/Sep/2025
O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos, embaixador Christopher Landau, afirmou que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos atingiu o 'ponto mais sombrio em dois séculos'. A fala do número 02 do secretário de Estado, Marco Rubio, foi em referência à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentar dar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022. "Os Estados Unidos condenam o uso da lei como arma política. Como advogado, diplomata e amigo do Brasil, me dói ver o ministro Alexandre de Moraes destruindo o estado de direito e levando as relações entre nossas duas grandes nações ao seu ponto mais sombrio em dois séculos", escreveu Landau, em seu perfil no X.
"Enquanto o Brasil deixar o destino de nossa relação nas mãos do ministro Moraes, não vejo solução para essa crise", acrescentou. Landau fez seus comentários compartilhando a fala do secretário de Estado americano, que ameaçou o Brasil com mais sanções após a condenação de Bolsonaro. "As perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros do Supremo decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas", escreveu Rubio, em seu perfil no X.
Entre possíveis novas sanções que os Estados Unidos podem adotar contra o Brasil, estão a extensão da Lei Magnitsky a outros ministros que votaram a favor da condenação de Bolsonaro e aos familiares deles, além da suspensão dos vistos e tarifas secundárias ao País pela compra de petróleo russo. Viviane Barci Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes, pode ser incluída na Lei Magnitsky em breve. O secretário de Trump disse a uma comitiva de empresários liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que a questão das tarifas ao Brasil era política e que não adiantava fazer lobby em Washington, mas em Brasília.
Segundo a Equador Investimentos, qualquer nova sanção que o governo norte-americano eventualmente vier a adotar contra o Brasil em resposta à condenação de Jair Bolsonaro não deverá afetar a parte comercial e os ativos financeiros domésticos. Se houver mais alguma sanção, deverá ter como alvo membros do campo político e judiciário, afetando ministros e seus familiares, e não a área comercial. É difícil mais alguma sanção na parte comercial. Tirar algumas exclusões da lista de produtos é difícil, pois ali constam alguns produtos que os Estados Unidos não têm capacidade de produzir. Por exemplo, peças e partes de algumas aeronaves da Embraer. Não tem como eles voltarem atrás na isenção da Embraer. Eventual sanção pode gerar uma pequena pressão momentânea no dólar, mas não é uma a tendência atual.
Na verdade, o que esta acontecendo agora é que o mercado não quer ficar comprado em dólar. Pelo contrário, houve um reposicionamento de portfólio no exterior, uma mudança estrutural de dólar para outras moedas e para o ouro. No Brasil a correlação ficou clara, o dólar caiu em torno de 12% a 13%, e continua caindo no ano. Mesmo que venha alguma medida do governo norte-americano que eventualmente afete o dólar, o Banco Central, pela posição cambial que tem hoje, vai mitigar o impacto, como já fez em momentos disfuncionais do câmbio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.