15/Sep/2025
Nas ilhas oceânicas brasileiras vivem muitas espécies marinhas que não existem em nenhum outro ponto do planeta, são exclusivas desses locais. A conclusão é de um estudo internacional que analisou mais de 7 mil espécies de peixes em 87 ilhas e arquipélagos ao redor do mundo. Os resultados revelam que o potencial de biodiversidade e endemismo desses ecossistemas tem sido historicamente subestimado, o que pode afetar diretamente políticas públicas e estratégias de conservação. As chamadas ilhas oceânicas são aquelas muito distantes do litoral: Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo, Atol das Rocas, Trindade e Martin Vaz. À parte Fernando de Noronha, onde há uma atividade turística intensa, as demais são santuários ecológicos, áreas de pesquisa científica e fechadas à visitação.
Por serem muito isoladas, uma das principais características dessas ilhas é apresentar um ecossistema único e grande riqueza de biodiversidade. As ilhas brasileiras possuem uma importância muito maior do que se pensava, afirma a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e o Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar). Elas quase não eram citadas quando se falava em endemismo, mas dados e novas interpretações mostram que são verdadeiros laboratórios naturais da evolução das espécies. O trabalho foi publicado no Peer Community Journal no dia 10 de setembro atualiza a compreensão científica sobre endemismo marinho. O estudo propõe o conceito de “endemismo insular-provincial”, que inclui não só espécies exclusivas de uma ilha específica, mas também aquelas que ocorrem em um conjunto de ilhas localizadas em uma mesma província biogeográfica, mas nunca no continente.
Cerca de 40% das espécies endêmicas se enquadram nessa categoria e apresentam distribuição extremamente limitada, fator que as torna altamente vulneráveis. Ignorar essas espécies pode levar a interpretações erradas sobre a formação da biodiversidade e sobre quais áreas são mais vulneráveis aos impactos humanos, incluindo as mudanças climáticas. O Arquipélago de São Pedro e São Paulo, por exemplo, é uma das ilhas mais remotas do mundo. Grande proporção de sua biodiversidade marinha ocorre exclusivamente em seus recifes rochosos. No entanto, alguns peixes encontrados no arquipélago existem em outras ilhas oceânicas brasileiras, como Fernando de Noronha e Atol das Rocas, mas não no continente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.