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15/Sep/2025

Dólar recua na contramão do movimento externo

O dólar completou a terceira sessão consecutiva de queda no Brasil e encerrou a sexta-feira (12/09) no menor valor em 15 meses, a despeito de a moeda norte-americana sustentar ganhos ante as demais divisas no exterior. A perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos próximos meses, somada à manutenção da taxa básica Selic em 15% no Brasil, reforçava a avaliação entre os agentes de que a tendência de curto prazo para o dólar é de queda em direção aos R$ 5,30. O dólar encerrou em baixa de 0,69%, a R$ 5,35, o menor valor desde 7 de junho do ano passado, quando fechou em R$ 5,32. Na semana passada, a divisa acumulou queda de 1,11% e, no ano, recuo de 13,36%. A moeda norte-americana chegou a oscilar em alta ante o Real no início da sessão, acompanhando o sinal positivo visto também no exterior, mas rapidamente migrou para o território negativo.

A perspectiva de juros menores nos Estados Unidos e ainda elevados no Brasil justificava a baixa do dólar. A Wagner Investimentos pontuou que a região de R$ 5,40 tem se mostrado resistente, embora o modelo aponte chance de queda em direção a R$ 5,30. Para os exportadores, interessados na venda da moeda norte-americana pelos maiores preços, a indicação é de um claro aumento do risco de o dólar continuar caindo. Após o desfecho do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), com sua condenação a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, os agentes se mantinham atentos a possíveis novas medidas de retaliação dos Estados Unidos ao Brasil. Na noite de quinta-feira (11/09), após a condenação, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse que o país "responderá adequadamente a essa caça às bruxas". Para a Correparti Corretora, a tendência natural para o dólar é de queda ainda.

Em algum momento, o dólar vai buscar os R$ 5,30, mas tudo depende da decisão dos Estados Unidos de retaliar ou não o Brasil. É o receio em relação ao presidente norte-americano, Donald Trump, que ainda segura o dólar numa faixa mais próxima de R$ 5,40. Mas, como nenhuma medida foi anunciada ainda, o dólar teve caminho livre para seguir renovando mínimas ante o Real. Depois de marcar a máxima de R$ 5,40 (+0,24%) na abertura, a moeda atingiu a cotação mínima intradia de R$ 5,34 (-0,86%). O recuo firme do dólar no Brasil contrastava com o avanço visto no exterior, em um dia de ajustes técnicos. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,09%, a 97,642. O Banco Central vendeu US$1 bilhão em leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), para rolagem do vencimento de outubro. Além disso, vendeu 40.000 contratos de swap cambial, também para rolagem de outubro. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.