08/Oct/2025
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em setembro, segundo mês de vigência do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, aos produtos brasileiros, as exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 20,3% (US$ 2,58 bilhões) ante o mesmo mês de 2024. De janeiro a setembro, as vendas do País aos Estados Unidos somaram US$ 29,21 bilhões, recuo de 0,6%. As exportações brasileiras para a China, de US$ 8,69 bilhões, cresceram 14,7% em setembro. No acumulado do ano, porém, as vendas ao país asiático recuam 1,4%, somando US$ 76,53 bilhões. Na ponta das importações, houve crescimento de 9% nas compras vindas da China no mês passado, totalizando US$ 6,38 bilhões, e alta de 14,9% de janeiro a setembro, para US$ 54,09 bilhões.
No total, em setembro, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 2,99 bilhões, após ter tido um saldo positivo de US$ 5,86 bilhões em agosto. O valor é resultado de US$ 30,53 bilhões em exportações e US$ 27,54 bilhões em importações. O saldo acumulado até setembro, porém, é 41,1% menor em relação ao do mesmo mês de 2024. O volume total exportado pelo Brasil em setembro foi o maior valor de vendas para meses de setembro da série histórica. O montante representou um aumento de 7,2% em relação a setembro do ano passado, e foi motivado pelo aumento do volume exportado (10,2%), enquanto o preço médio das mercadorias continua recuando; caiu 2,5% em setembro de 2025 ante setembro de 2024.
Houve também ontem revisões: o desempenho das exportações brasileiras para os Estados Unidos em agosto foi recalculado de uma queda de 18,5% para redução de 16,5%. A revisão ocorreu porque o valor exportado para os Estados Unidos em agosto aumentou em cerca de US$ 60 milhões. Ainda é cedo para saber se houve redirecionamento para outros países parceiros de produtos que antes iam para os Estados Unidos. A tendência é as exportações aos Estados Unidos continuarem caindo, pois é uma barreira tarifária muito grande, não só para o Brasil. O Brasil vinha aumentando as vendas aos Estados Unidos antes do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump. Era recorde no ano passado. Agora, observa-se dois meses seguidos com essa redução.
O produto exportado aos Estados Unidos com maior queda em valor absoluto, o ferro gusa, está fora da tarifa adicional de 40% para o Brasil. O choque tarifário reduz o consumo nos Estados Unidos de forma geral, impactando também os produtos não tarifados. No caso dos materiais de aço, os efeitos são mistos, pois uma parte foi tarifada e outra, não. A Secex revisou a previsão de superávit comercial para 2025. Agora, a expectativa é de que, no ano, o saldo positivo das contas feche em US$ 60,9 bilhões. A previsão anterior, divulgada no fim do primeiro trimestre, era de que o saldo poderia fechar este ano em US$ 70,2 bilhões. Depois, ao fim do segundo trimestre, a projeção caiu para US$ 50,4 bilhões. Esta é a última previsão para 2025. Em 2024, o saldo comercial foi positivo em US$ 74,2 bilhões. Se confirmada a previsão, haverá uma variação negativa de 17,9% neste ano em relação ao ano passado.
A queda prevista para 2025 é determinada pelo movimento do comércio mundial, a taxa de câmbio e a alta demanda interna. As exportações brasileiras somaram US$ 344,9 bilhões neste ano, montante 2,3% maior em relação a 2024, segundo projeções do governo. Se confirmada a alta, vai ser um recorde para a exportação. Ainda tem incerteza, mas é muito provável que fique, no mínimo, semelhante aos US$ 337 bilhões de 2024. Nas importações, o dado foi ajustado para baixo. Agora, a expectativa é de que as compras externas do País somem US$ 284 bilhões em 2025, alta de 8% na comparação com o ano passado. A última projeção sobre as importações era de US$ 291,5 bilhões. Na corrente de comércio, o número projetado baixou de US$ 633,5 bilhões para US$ 629 bilhões, ainda assim 4,8% maior que os US$ 599,9 bilhões registrados no ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.