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10/Oct/2025

China controla terras raras e eleva tensão com EUA

A China ampliou seu controle sobre minerais críticos usados na fabricação de produtos de alta tecnologia, incluindo veículos elétricos e aviões de caça, em um gesto que ameaça reacender tensões comerciais com os Estados Unidos antes de uma possível reunião entre os presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping. O Ministério do Comércio da China informou nesta quinta-feira (09/10) que fornecedores estrangeiros devem obter aprovação do governo chinês para exportar alguns produtos com certos materiais de terras raras originários do território chinês se representarem 0,1% ou mais do valor total do bem. Bens produzidos com certas tecnologias chinesas também estão sujeitos aos controles de exportação. Ambas as restrições se aplicam a produtos fabricados fora da China. Pedidos de exportação para produtos com usos militares, de modo geral, não serão aprovados.

As licenças relacionadas ao desenvolvimento de semicondutores ou inteligência artificial serão avaliadas caso a caso. As medidas expandem iniciativas anteriores da China, que este ano passou a exigir licenças para exportações de certos metais de terras raras e produtos relacionados. Empresas automotivas, eletrônicas e de defesa nos Estados Unidos e ao redor do mundo têm enfrentado dificuldades para garantir suprimentos, tornando o controle da China sobre terras raras um assunto central nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Segundo a StoneX, as novas restrições impostas pela China ao comércio de minerais de terras raras devem aumentar as dificuldades nas negociações com os Estados Unidos sobre tarifas e exportações agrícolas. A medida complica a capacidade do governo Trump de colocar as commodities na frente das discussões comerciais com Xi Jinping.

A China adicionou cinco minerais à lista de produtos com controle rígido de exportação, elevando para 12 o total de 17 elementos considerados críticos para a indústria global. As restrições entram em vigor em 8 de novembro, dois dias antes do vencimento do atual acordo comercial entre os dois países. A China controla cerca de 90% do processamento mundial desses minerais, usados em eletrônicos, veículos e sistemas de defesa. Essa decisão dá a Xi uma nova alavanca de pressão num momento em que os Estados Unidos tentam negociar maior abertura para exportações agrícolas. A decisão ocorre no contexto da nova rodada de tensões comerciais e pode alterar o equilíbrio nas conversas previstas para o fim de outubro. A China adicionou minerais estratégicos à lista e isso reduz o espaço para concessões sobre soja. O governo norte-americano quer discutir comércio agrícola; o chinês, segurança industrial. A medida chega num momento em que a balança comercial agrícola já está fragilizada pela ausência da China no mercado de soja dos Estados Unidos.

A China é o maior comprador e representa 25% da produção norte-americana. Hoje, esse número é zero. Mesmo uma eventual compra de 10 milhões de toneladas pela China ainda seria insuficiente para reverter a tendência de alta dos estoques norte-americanos. Seria preciso um acordo muito maior para mudar esse quadro. O desfecho das negociações pode depender do resultado do encontro entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul, previsto para o fim do mês. Se as restrições entrarem em vigor sem um acordo agrícola, os Estados Unidos terão pouca margem de manobra. O impacto vai além da soja. Nesta quinta-feira (09/10), o presidente norte-americano mencionou que é possível que os Estados Unidos tenham que parar de importar grandes quantidades de produtos da China, e mencionou que quer discutir sobre soja com seu homólogo chinês, Xi Jinping. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.