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10/Oct/2025

EUDR: reações contra possibilidade de adiamento

Parlamentares europeus e sete organizações ambientalistas pressionam a Comissão Europeia a manter para 30 de dezembro a entrada em vigor da lei antidesmatamento da União Europeia (EUDR), que afeta exportações brasileiras de soja, café, carne, cacau e madeira. As duas cartas, enviadas na terça-feira (07/10) à Ursula von der Leyen e à comissária de Meio Ambiente, Jessika Roswall, reagem à sinalização de novo adiamento da norma por causa de falhas no sistema de informação. Em carta ao alto escalão da Comissão Europeia, os parlamentares manifestam forte oposição a qualquer reabertura da legislação para postergar sua aplicação.

Segundo eles, a Comissão teve mais de dois anos para tornar o sistema operacional e já havia concedido um ano extra de prazo após atrasos anteriores. "A apenas três meses da entrada em vigor, anunciar um novo adiamento é preocupante e demonstra falta de antecipação técnica", escreveram. Os parlamentares propõem três soluções: investir mais dinheiro e pessoal para finalizar o sistema até dezembro, criar alternativas caso o sistema apresente falhas e permitir que empresas usem plataformas próprias para comprovar a rastreabilidade dos produtos. "Insistimos que a Comissão encontre soluções sem reabrir a lei para novo atraso", afirmam.

A carta foi assinada por oito deputados de diferentes partidos do Parlamento Europeu, incluindo o francês Pascal Canfin, coordenador do grupo liberal Renew Europe na comissão de Meio Ambiente. Em documento separado, sete organizações ambientalistas, entre elas Greenpeace, WWF e ClientEarth, classificam como inaceitável a hipótese de novo adiamento. "É espantoso que a União Europeia não tenha capacidade para construir a infraestrutura necessária. Essa estrutura deveria estar pronta no fim de 2024", afirmam. As entidades alertam que o atraso teria consequências desastrosas para o clima e o meio ambiente. "Globalmente, uma árvore é perdida a cada segundo devido ao consumo europeu", dizem.

A postergação enfraqueceria a credibilidade da União Europeia e sua liderança ambiental na COP30, além de recompensar empresas que retardaram a adequação à lei. A comissária Roswall havia sinalizado em 23 de setembro a possibilidade de adiar a EUDR para 2026. Em carta ao Parlamento, argumentou que novas projeções de volume de transações exigem reavaliação da capacidade do sistema, sob risco de lentidão ou interrupções que poderiam impedir o registro de operadores e a submissão de documentos. A EUDR foi aprovada em 2023 e já teve sua aplicação adiada uma vez, de 2024 para 2025. Caso a Comissão confirme um novo adiamento, a vigência passará a 30 de dezembro de 2026. A decisão final dependerá do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.