10/Oct/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,48%, ante um recuo de 0,11% em agosto. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,64%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,17% até setembro, ante taxa de 5,13% até agosto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,52% em setembro, após um recuo de 0,21% em agosto. Com o resultado, o índice acumulou alta de 3,62% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 5,10%, ante taxa de 5,05% até agosto. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados.
A alta de 0,48% registrada pelo IPCA em setembro foi o resultado mais elevado desde março de 2025, quando havia subido 0,56%. Para meses de setembro, a taxa foi a mais alta desde 2021, quando o IPCA teve avanço de 1,16%. Em setembro de 2024, a taxa tinha sido de 0,44%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou, após dois meses seguidos de arrefecimento, passando de 5,13% em agosto para 5,17% em setembro de 2025. O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 57% em agosto para 52% em setembro. A difusão de itens alimentícios saiu de 47% em agosto para 48% em setembro. A difusão de itens não alimentícios sai de 65% em agosto para 56% em setembro.
Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,26% em setembro, após queda de 0,46% em agosto. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,06% para o IPCA, que subiu 0,48% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,41% em setembro, após ter recuado 0,83% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,11%, ante alta de 0,50% em agosto. Os preços dos alimentos recuaram em setembro pelo quarto mês consecutivo, após uma sequência de nove meses de aumentos. De junho a setembro, a queda acumulada em Alimentação e bebidas foi de 1,17%. É questão de oferta de alimentos. há uma oferta maior de alimentos in natura e isso está trazendo pressão para baixo no preço dos alimentos.
O custo da alimentação no domicílio caiu 0,41% em setembro, com destaque para as reduções no tomate (-11,52%), cebola (-10,16%), alho (-8,70%), batata-inglesa (-8,55%) e arroz (-2,14%). As carnes também recuaram em setembro, -0,12%, e o preço do café caiu pelo terceiro mês seguido, mas caiu menos em setembro (-0,06%). A colheita de café foi menor que a esperada, e as exportações se sustentaram, o Brasil conseguiu outros mercados de exportação. Por outro lado, houve aumentos em setembro nas frutas (2,40%) e no óleo de soja (3,57%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,11% em setembro: o lanche aumentou 0,53%, e a refeição fora de casa caiu 0,16%. A maior oferta de alimentos pode ter desacelerado o ritmo de aumento de preços da alimentação fora de casa.
Os preços de Transportes subiram 0,01% em setembro, após queda de 0,27% em agosto. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,00% para o IPCA no mês. Os preços de combustíveis tiveram alta de 0,87% em setembro, após recuo de 0,89% no mês anterior. A gasolina subiu 0,75%, após ter registrado queda de 0,94% em agosto, enquanto o etanol avançou 2,25% nesta leitura, após queda de 0,82% na última. Os recuos nos preços da passagem aérea (-2,83%) e do seguro de veículos (-5,98%) mais do que compensaram a pressão do aumento na gasolina em setembro. A passagem aérea contribuiu sozinha com -0,02% para o IPCA de agosto. O seguro voluntário de veículos foi responsável pelo maior alívio na inflação do mês, -0,05%. Houve recuos ainda no metrô (-0,64%) e no ônibus urbano (-0,52%), mas aumento no táxi (1,73%). Os combustíveis ficaram 0,87% mais caros em setembro. O gás veicular recuou 1,24%, mas os demais combustíveis subiram: etanol (2,25%), gasolina (0,75%, impacto de 0,04%) e óleo diesel (0,38%).
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de um recuo de 0,90% em agosto para uma elevação de 2,97% em setembro, maior resultado para o mês desde 1995, quando aumentou 4,51%. O resultado levou a uma contribuição de 0,45% para a taxa de 0,48% registrada pelo IPCA do último mês. A energia elétrica residencial aumentou 10,31% em setembro, subitem de maior pressão individual no IPCA do mês, uma contribuição de 0,41%. A elevação foi decorrente do fim do desconto do Bônus de Itaipu, que tinha sido creditado nas faturas emitidas no mês de agosto. Em setembro, esteve em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 à conta e luz a cada 100 Kwh consumidos.
No ano, a energia elétrica residencial acumula uma alta de 16,42%, maior impacto individual no IPCA do período, uma contribuição de 0,63% para taxa de 3,64% de inflação. No acumulado em 12 meses, a energia elétrica subiu 10,64%, um impacto de 0,44% no IPCA de 5,17% acumulado no período. A taxa de água e esgoto subiu 0,07%. O gás encanado aumentou 0,01%. A inflação de setembro foi fundamentalmente pressionada pela elevação na energia elétrica residencial. O subitem foi responsável sozinho por cerca de 85% de toda a inflação de setembro, um impacto de 0,41%. O IPCA teria sido de 0,08% em setembro sem a alta na energia elétrica.
O grupo Despesas pessoais saiu de uma alta de 0,40% em agosto para um aumento de 0,51% em setembro. O grupo contribuiu com 0,05% para a taxa de 0,48% do IPCA do último mês. As principais pressões partiram do aumento de 2,87% no pacote turístico e de 2,75% no subitem cinema, teatro e concerto, que vinha de uma queda de 4,02% em agosto em razão da promoção pela semana do cinema. O grupo Vestuário saiu de um aumento de 0,72% em agosto para uma elevação de 0,63% em setembro. O grupo contribuiu com 0,03 ponto porcentual para a taxa de 0,48% do IPCA do último mês. As maiores pressões partiram das altas na roupa masculina (1,06%), roupa infantil (0,76%) e roupa feminina (0,36%).
O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de um avanço de 0,54% em agosto para uma alta de 0,17% em setembro. O grupo contribuiu com 0,02% para a taxa de 0,48% do IPCA do último mês. O resultado foi sustentado pelo aumento de 0,50% no plano de saúde, terceira maior pressão individual sobre a inflação de setembro, impacto de 0,02%, atrás apenas das contribuições de energia elétrica e gasolina. Três dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em setembro. Houve recuos em Alimentação e bebidas, queda de 0,26% e impacto de -0,06%; Artigos de residência, -0,40% e impacto de -0,01%; e Comunicação, -0,17% e impacto de -0,01%.
Na direção oposta, os preços subiram em Vestuário (0,63%, uma contribuição de 0,03%), Despesas pessoais (0,51%, impacto de 0,05%), Saúde e cuidados pessoais (0,17%, impacto de 0,02%), Educação (0,07%, impacto de 0,01%), Habitação (2,97%, impacto de 0,45%) e Transportes (0,01%, com zero de impacto). Em setembro, todas as 16 regiões registraram altas de preços. O resultado mais brando foi verificado em Salvador (BA), alta de 0,17%, enquanto o mais elevado ocorreu em São Luís (MA), com aumento de 1,02%. A alta de 10,31% no custo da energia elétrica exerceu a maior pressão individual sobre a inflação de setembro, um impacto de 0,41% para a taxa de 0,48%. Figuraram ainda no ranking de principais pressões sobre o IPCA de agosto a gasolina (0,04%), plano de saúde (0,02%) e aluguel residencial (0,02%). Na direção oposta, o principal alívio partiu do seguro voluntário de veículo, com queda de 5,98% e influência de -0,05%. Houve contribuições negativas também do tomate (-0,03%) e passagem aérea (-0,02%).
Segundo o ASA, o IPCA de setembro apresentou um resultado qualitativo "inegavelmente benigno", com destaque para o alívio observado em bens e serviços. Mesmo ao excluir o efeito da forte deflação de seguro de veículos, a taxa mensal dos serviços subjacentes seria de apenas 0,27%, nível baixo. Na margem, os serviços subjacentes desaceleraram de 0,34% para 0,03%. Apesar da desaceleração na margem, os serviços permanecem relativamente pressionados, mas em um nível inferior ao observado no início do ano, o que sugere uma perda de fôlego gradual da inflação subjacente. As medidas de núcleo seguem em um movimento de volatilidade atípica, refletindo descontos temporários em itens específicos. Isso dificulta uma leitura mais limpa da tendência. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.