27/Oct/2025
O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) anunciou na sexta-feira (24/10) a abertura de uma nova investigação sobre o cumprimento, pela China, do chamado acordo da Fase Um, o pacto comercial assinado em janeiro de 2020 entre os dois países previa mudanças estruturais nas políticas chinesas de propriedade intelectual, transferência de tecnologia, agricultura e serviços financeiros, além de metas de compra de produtos norte-americanos. Segundo o documento oficial, a apuração foi iniciada por determinação do presidente, Donald Trump, após o "aparente descumprimento pelo governo chinês" de compromissos firmados há quase cinco anos.
O USTR quer determinar se a China violou ou deixou de cumprir obrigações do acordo, "negando benefícios" aos Estados Unidos. O USTR lembrou que o acordo de 2020 foi considerado "um passo decisivo em direção a uma relação comercial mais justa e recíproca com a China", mas afirmou que a falta de cumprimento parece ter minado as condições de competição para empresas norte-americanas. Entre os pontos levantados, o documento destaca que a China se comprometeu a comprar mais de US$ 535 bilhões em bens e serviços dos Estados Unidos nos anos de 2020 e 2021, mas, segundo dados oficiais, as compras chinesas ficaram aquém em mais de US$ 217 bilhões.
A investigação examinará o impacto econômico dessas falhas e poderá embasar novas medidas comerciais contra a China. O USTR também anunciou um cronograma de consultas públicas. Os interessados poderão enviar comentários ou solicitar participação na audiência até o final do dia 1º de dezembro. O Comitê da Seção 301 realizará a audiência em 16 de dezembro, de forma virtual ou em local a ser definido. Haverá ainda um prazo de sete dias após a sessão para o envio de manifestações adicionais.
A Embaixada da China em Washington afirmou que o país se opõe às "acusações falsas e medidas de revisão relacionadas" dos Estados Unidos, que abriu uma investigação sobre o cumprimento do acordo comercial de 2020. A China afirma que cumpriu suas obrigações na fase um do acordo comercial e econômico ao proteger propriedade intelectual, aumentar importações e providenciar maior acesso ao mercado chinês, defendeu a embaixada. O órgão acusou os norte-americanos de escalarem "sistematicamente" a pressão econômica e outras formas de coerção contra a China ao implementar medidas de restrição, como controles de exportação e de investimento, "repudiando o espírito do acordo".
Segundo a embaixada, os Estados Unidos também são responsáveis por "narrativas falsas" sobre a pandemia de Covid-19 e a violação de direitos humanos em Hong Kong, Taiwan e Xijiang. Essas ações prejudicaram as relações entre Estados Unidos e China, incluindo as econômicas, e romperam as atividades normais de comércio e investimento, escreveu a embaixada, afirmando que isso eliminou as condições necessárias para cumprir o acordo de 2020. A China pediu que os Estados Unidos corrijam suas práticas erradas e sigam o consenso dos dois líderes de Estado para proteger o avanço das negociações econômicas e comerciais entre ambos os países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.