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27/Oct/2025

Montadoras: falta de chips ameaça produção no País

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alertou que o setor automotivo está em uma iminente crise de fornecimento de chips. Os efeitos devem ser sentidos já nas próximas três semanas, afetando todos os segmentos dependentes, incluindo veículos leves, pesados e máquinas. Uma articulação do governo brasileiro com a China poderia ajudar na reversão do cenário. O novo risco de abastecimento de componentes eletrônicos, cuja escassez já tinha parado montadoras durante a pandemia, está relacionado agora a restrições de fornecimento sofridas pela Nexperia, fabricante de semicondutores de origem chinesa que teve o controle assumido no fim do mês passado pelo governo holandês.

Boa parte dos chips produzidos pela Nexperia é embalada na China, que, numa disputa sobre propriedade intelectual com a Holanda, proibiu as exportações dos semicondutores. Todos os segmentos serão muito prejudicados. Todos os veículos, sejam leves ou pesados, e até as máquinas necessitam desses chips. É uma crise que escalou muito rapidamente nos últimos dois dias. A solução é urgente. Sem esses componentes, as montadoras não conseguem manter a linha de produção em andamento. A Anfavea já alertou o governo federal sobre a necessidade de medidas rápidas para evitar o desabastecimento. Uma interlocução do governo brasileiro mais próximo ao governo chinês pode ajudar a destravar as negociações para que as exportações ao Brasil desse material possam ser feitas com mais tranquilidade.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, se comprometeu em verificar com outras autoridades as medidas possíveis a serem tomadas. Com 1,3 milhão de empregos em jogo em toda a cadeia automotiva, é fundamental que se busque uma solução em um momento já desafiador, marcado por altos juros e desaquecimento da demanda. A urgência é evidente, e a mobilização se faz necessária para evitar um colapso na indústria. O Sindipeças, entidade que representa os fabricantes de autopeças, comenta que linhas de fornecedores de autopeças também correm "risco real" de paralisação. A exemplo da Anfavea, a entidade também solicitou interlocução do governo federal com a China para que seja evitada uma crise no fornecimento de semicondutores na indústria de automóveis.

Na semana passada, o Sindipeças enviou uma carta a Alckmin, reivindicando "gestões técnicas e diplomáticas" com o governo chinês para assegurar o fornecimento dos insumos. A situação tem impactos diretos e imediatos na cadeia produtiva brasileira. No ofício enviado ao vice-presidente, a entidade apontou redução significativa, nas últimas semanas, da disponibilidade de componentes eletrônicos essenciais para módulos de controle, sistemas de injeção e produtos de alta tecnologia aplicados em veículos. São componentes que não possuem substitutos no curto prazo, sendo críticos para o funcionamento de montadoras como Volkswagen, Stellantis (grupo que reúne marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM), General Motors, Toyota, Hyundai e BYD. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.