28/Oct/2025

As principais autoridades econômicas da China e dos Estados Unidos concordaram com a estrutura de um acordo comercial no domingo (26/10). O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o representante comercial Jamieson Greer se encontraram com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, e o principal negociador comercial, Li Chenggang, à margem da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Kuala Lumpur. Essa foi a quinta rodada de discussões presenciais desde maio. O presidente norte-americano, Donald Trump, deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, na quinta-feira (30/10), na Coreia do Sul. Bessent afirmou que o acordo adiaria os controles expandidos de exportação da China sobre minerais de terras raras e ímãs, e evitaria uma nova tarifa de 100% dos Estados Unidos sobre produtos chineses.

Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, os dois líderes ainda devem discutir a compra de soja e produtos agrícolas norte-americanos por parte da China, um comércio mais equilibrado entre os dois países e a resolução da crise do fentanil, que foi base das tarifas de 20% sobre produtos da China. Li Chenggang afirmou que ambos os lados chegaram a um "consenso preliminar" e que em seguida passarão por seus respectivos processos internos de aprovação. "A posição dos Estados Unidos tem sido dura", disse Li. "Temos vivenciado consultas muito intensas e nos envolvido em trocas construtivas na exploração de soluções e arranjos para abordar essas preocupações." O secretário do Tesouro norte-americano disse, ainda, que foram acertados os detalhes de um acordo para transferir a propriedade do aplicativo chinês de vídeos curtos TikTok para o controle dos Estados Unidos.

A expectativa, segundo Bessent, é que Trump e Xi consigam concluir a transação na próxima semana. Ambos os lados estão tentando evitar uma escalada na guerra comercial depois que Trump ameaçou impor novas tarifas de 100% sobre produtos chineses e outras restrições comerciais a partir de 1º de novembro, em retaliação aos controles expandidos da China sobre exportações de ímãs e minerais de terras raras. China e Estados Unidos revogaram a maioria de suas tarifas de três dígitos sobre os produtos um do outro sob uma trégua comercial, que deve expirar em 10 de novembro. Bessent disse que a trégua pode ser estendida, dependendo da decisão de Trump, marcando uma segunda extensão desde que foi assinada pela primeira vez em maio. Entre os pontos de discussão de Trump com Xi estão as compras chinesas de soja dos Estados Unidos, preocupações sobre Taiwan.

Scott Bessent afirmou que a tarifa adicional de 100% sobre a China parece estar "fora da mesa", assim como a "ameaça imediata" de controles de exportação globais de terras raras. A expressão ‘terras raras’ se refere a 17 elementos químicos, entre eles neodímio, praseodímio e disprósio, que são essenciais para algumas tecnologias modernas, como smartphones, IA, turbinas eólicas, baterias recarregáveis, painéis solares, carros elétricos, equipamentos médicos, aeronaves, entre outros. Esses metais não são necessariamente raros, sendo encontrados em várias partes do mundo. Mas, eles são considerados estratégicos por serem de difícil extração, incrustados em argilas no subsolo ou em rochas compactas. O secretário do Tesouro também comentou esperar uma compra "substancial" de soja norte-americana por parte da China.

"Posso dizer que nossos produtores de soja ficarão extremamente felizes com esse acordo neste ano e pelos próximos anos", afirmou, acrescentando que a medida irá "equilibrar" o mercado de soja entre os Estados Unidos, Argentina e Brasil, os três maiores produtores da commodity. Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (27/10) que vê "uma boa chance" de fechar um acordo com a China durante o encontro com o líder do país, Xi Jinping, ainda nesta semana. Trump evitou antecipar termos das negociações desta semana, mas destacou confiança no avanço. Segundo o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, as conversas preparatórias incluíram tarifas, comércio, fentanil, compras substanciais de produtos agrícolas dos Estados Unidos e terras raras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.