28/Oct/2025
O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo (26/10), e a sinalização de início imediato das negociações comerciais animaram exportadores do agronegócio brasileiro. Representantes do setor veem celeridade nas tratativas e apostam em rápidas respostas dos países até a potencial conclusão de um acordo bilateral. Empresários exportadores que acompanham a comitiva no Sudeste Asiático se dizem "muito otimistas" e acreditam em um potencial pacto bilateral já "nas próximas semanas". O Brasil pediu uma pausa no tarifaço de 50% aplicado sobre os produtos brasileiros durante o decorrer das negociações, mas os Estados Unidos ainda não sinalizaram se irão conceder a pausa temporária. Exportadores apostam na ampliação da lista de exceções de produtos brasileiros ao tarifaço como o mais iminente em detrimento de uma retirada total e linear da sobretaxa de 40%. Os relatos foram positivos. Café e carne são as prioridades.
A proposta do Brasil de exclusão de um maior número de itens ao tarifaço, como café, carnes, pescados e frutas, consta em documentos entregues ao governo norte-americano. O café, por não tem produção nos Estados Unidos, continua sendo considerado o produto de maior flexibilidade para retirada do tarifaço. Outro fator que deve contribuir para acelerar as tratativas bilaterais é a pressão do próprio setor privado norte-americano, diante da crescente inflação de alimentos no País e do risco à popularidade do governo. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) também se manifestaram sobre o encontro. A Abiec afirmou que acredita no entendimento entre os dois países e que o encontro demonstra a disposição de ambos os governos em avançar nas discussões sobre as tarifas. Na mesma linha, o Cecafé disse que os dois países estão dispostos a avançar nas discussões sobre as tarifas atualmente em vigor, mas que aguarda resultados concretos sobre a isenção das tarifas.
Os setores de carne bovina e café estão entre os mais afetados pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos importados brasileiros. Em Kuala Lumpur, o clima nos bastidores do governo brasileiro era positivo quanto ao destravamento dos próximos passos. A expectativa é de um processo célere. São duas frentes de trabalho: ênfase do pleito de retirada da tarifa linear sobre todos os setores e à busca pela exceção à sobretaxa de um maior número de itens, sobretudo aqueles que não são cultivados no território norte-americano. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um grande passo no restabelecimento das relações entre os dois países. O presidente Lula destacou que o diálogo é o melhor caminho e enfatizou a necessidade da suspensão imediata do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O agronegócio é um dos setores mais afetados pela taxação de 50% norte-americana, com os embarques de café, carne bovina, pescados e frutas do Brasil aos Estados Unidos despencando após a imposição da tarifa.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou que o presidente dos Estados Unidos orientou sua equipe a celebrar um acordo comercial com o Brasil em poucas semanas. Há uma determinação política clara para que o acordo aconteça o mais rápido possível. Após o diálogo entre os dois presidentes, os aspectos políticos que poderiam dificultar o entendimento deixaram de existir, e o foco agora é puramente comercial. O Brasil reiterou a necessidade de reverter a taxação excessiva imposta aos produtos nacionais, baseada em motivos improcedentes. A partir de agora, as negociações seguem em bases técnicas. Uma equipe de alto nível do governo brasileiro viajará aos Estados Unidos nas próximas semanas para dar continuidade às conversas e definir o cronograma das reuniões bilaterais. Representantes dos dois governos se reuniram em Kuala Lumpur com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e com o representante comercial norte-americano, Jamieson Greer, para alinhar os próximos passos das negociações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.