29/Oct/2025
Após a reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia, empresários disseram acreditar que haja um acordo bilateral "nas próximas semanas" não com a suspensão do tarifaço, mas com a ampliação da lista de exceções à taxa de 50% cobrada de produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. A proposta do Brasil de exclusão de mais itens do tarifaço, como café, carnes, pescados e frutas, consta em documentos entregues ao governo norte-americano. O café, que não é produzido nos Estados Unidos, estaria no topo desses itens. A cada dólar que os Estados Unidos importam de café, a economia movimenta outros US$ 43,00. É um mercado de US$ 343 bilhões ao ano, que representa 1,2% do PIB norte-americano, afirmou a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
Outro importante setor exportador, o de carne, tem conseguido contornar as tarifas altas para o mercado norte-americano com vendas a outros países. Mesmo com uma queda de 41% de agosto para setembro nas vendas totais de carne e subprodutos bovinos para os Estados Unidos, o setor bateu recorde de exportações no último mês ao exportar US$ 1,92 bilhão, em setembro, aumento de 49% em faturamento e 17% em volume frente ao mesmo mês do ano passado. Ainda assim, o segmento celebrou aproximação entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) destacou que o entendimento entre os dois países pode preservar a competitividade do produto brasileiro e ampliar a presença da carne bovina nacional no mercado norte-americano.
Entre os produtores de pescados o alívio pode ser ainda maior, uma vez que o produto não tem a mesma flexibilidade de fornecimento para outras partes do mundo. Foi dado um passo consistente, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca). Para a ESPM, a reunião entre os presidentes marcou uma definição na relação bilateral. O Brasil já apresentou o que deseja, que é a redução tarifária. Os Estados Unidos devem apresentar sua contraproposta. No entanto, uma resolução para o caso não é tão simples. Donald Trump não pode, mesmo que queira, aliviar muito as tarifas sobre o Brasil. O problema dos Estados Unidos são as transações correntes e esse tema não foi plenamente endereçado. A Amcham Brasil recebeu com otimismo os resultados do encontro entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos.
A reunião representa um avanço relevante no diálogo de alto nível entre os dois governos e fortalece as perspectivas de um acordo bilateral voltado à redução de tarifas sobre as exportações brasileiras e ao aprofundamento da cooperação econômica em áreas de interesse comum. Foi reforçada que a intensificação das negociações, com novas rodadas previstas, leve a um entendimento em curto prazo, com foco na ampliação de oportunidades de comércio e investimentos entre as duas maiores economias das Américas. A Amcham Brasil reitera seu compromisso de contribuir com os esforços dos dois governos e encoraja a continuidade do diálogo em nível presidencial, para que essa aproximação se traduza rapidamente em avanços concretos para empresas e trabalhadores dos dois países. Fontes: Broadcast Agro e Amcham. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.