30/Oct/2025
O agronegócio brasileiro propõe destravar o financiamento climático, acesso a crédito rural de baixo custo para práticas sustentáveis, expansão dos modelos climáticos sustentáveis como pagamento de serviços ambientais (PSA), seguro climático, entre outros como medidas de inclusão produtiva e agricultura regenerativa modelo para países tropicais. Um documento que compila a visão e propostas do setor agropecuário para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) foi apresentado na terça-feira (28/10) à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e as entidades do Instituto Pensar Agropecuária (IPA). As propostas foram unificadas pelo enviado especial da Agricultura para a COP30, ex-ministro Roberto Rodrigues. A ideia do documento era convergir as posições e propostas do setor agropecuário relacionadas às mudanças climáticas. Não é uma proposta para o Brasil, é uma proposta que posiciona a agricultura tropical como sustentável e que é capaz de inspirar outras regiões.
É o Brasil colocando para o mundo a receita que aprendeu a fazer tropicalmente de incremento da produção de alimentos sob tecnologia e ciência. Isso pode ser replicado na agricultura tropical, afirmou Rodrigues aos parlamentares durante a reunião semanal da bancada. O documento tem o respaldo das entidades que compõem o IPA. Rodrigues buscou construir um documento o mais abrangente possível unindo ideias de todas as cadeias produtivas. O documento tem dois eixos: um sobre a experiência da agropecuária brasileira e outro com as propostas do setor. Essa é a COP da implementação e a implementação das propostas do clima passa, por sua vez, pela agricultura tropical. É um conjunto de propostas que serão implementadas pelos países tropicais do mundo inteiro, a partir da experiência brasileira, mesmo considerando a diferença que há em realidade agrícola na África, na Ásia e na América Latina", apontou Rodrigues, citando intercâmbio entre os países do cinturão tropical. Após a COP, o material tende a continuar sendo articulado internamente com estratégias atreladas às políticas públicas.
"Não estamos dizendo que o Brasil está tudo pronto, acabado. Estamos em um processo e dizendo ao mundo que queremos fazer mais e, sobretudo, que as leis sejam cumpridas", acrescentou Roberto Rodrigues, em referência ao desmatamento ilegal, invasão de terra, incêndios florestais e garimpo clandestino. O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Maurício Lyrio, afirmou que o crescimento do agronegócio gerou o crescimento sustentável da agricultura brasileira. A produtividade intensiva por área torna a agropecuária brasileira mais eficiente que outras agriculturas do mundo e menos intensa em carbono, ao mesmo tempo eficiente em energia. Queremos mostrar isso ao mundo. O Brasil está ciente de credenciais efetivas, não retóricas, vai aproveitar a COP30 para mostrar isso ao mundo, disse Lyrio. Para o embaixador, a COP30 ocorre em contexto de um "quadro internacional muito ruim" em relação aos compromissos climáticos e cumprimento das metas de redução de emissões de gases ligados ao efeito estufa. É um quadro muito ruim em relação à apresentação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e implementação das NDCs.
É fato que mesmo com a conclamação do presidente Lula os países não apresentaram suas NDCs, sendo que apenas um terço apresentou. É um quadro muito preocupante, do ponto de vista internacional. O Brasil tem papel fundamental de liderança neste momento de crise do regime de mudança do clima. O Brasil tem credenciais em termos de clima que outros países não têm, porque preservou a cobertura original da vegetação em dois terços do território brasileiro, fez transição da matriz energética em percentual triplo da média mundial e apresentou suas NDCs antes do prazo. Após receber o documento com as contribuições do setor agropecuário para a COP30, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (Republicanos-PR), afirmou que o documento ainda está sujeito a alterações e sugestões pela bancada para posteriormente ser entregue ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago. A FPA já manifestou preocupação com o Plano Clima ao embaixador André Corrêa do Lago. Dentro do respeito à legislação ambiental vigente, não há necessidade de um novo Plano Clima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.