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24/Nov/2025

EUA ainda mantém tarifas sobre o setor industrial

Para a MB Associados, era natural que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caminhasse para a retirada de tarifas de 40% sobre produtos brasileiros que têm peso na importação norte-americana. Mas, o movimento não resolve todos os setores, e a indústria seguirá penalizada. Mas, volta a um mínimo de racionalidade ao menos depois das decisões sem sentido de julho. Na semana passada, a redução pequena de tarifas a países em geral, de 10%, acendeu alerta amarelo de que as negociações poderiam levar mais tempo do que se imaginava. No caso da indústria, Trump tem a ideia de querer, com as tarifas, aumentar a produção industrial nos Estados Unidos, e o ‘fetiche’ de usar tarifas para fazer isso acontecer com muita intensidade.

Então, a indústria brasileira tem de repensar a exportação aos Estados Unidos, vendendo para outros países e mercado doméstico, ou repensar e diminuir sua produção. Dado o superávit comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil, não havia absolutamente nenhum sentido econômico nas tarifas. Embora a retirada de tarifas não deva alterar nada em termos de atividade e inflação no Brasil, nem ter relevância na balança comercial, dada a realocação de países, a decisão inesperada pode gerar alguma repercussão positiva marginalmente no mercado financeiro. Havia uma apreensão com o começo lento das negociações, e agora, de repente, rapidamente, o processo acelerou de forma muito intensa. Então, pode haver uma reação positiva temporária do mercado por causa disso, com queda da taxa de câmbio, alta da Bolsa. Vai ser mais um elemento para ajudar o momento positivo de Bolsa e de câmbio.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) comemorou a decisão do presidente dos Estados Unidos de remover a tarifa de 40% de 249 produtos agrícolas brasileiros. Para a entidade, a medida é um avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz como o papel do Brasil como grande parceiro dos Estados Unidos. O setor privado tem atuado de forma consistente para contribuir com o avanço nas negociações envolvendo o tarifaço. A nova medida volta a tornar os produtos brasileiros competitivos. O resultado é "animador" para novas etapas da negociação com o governo norte-americano e a expectativa é avançar nos termos sobre bens industriais. A complementariedade das economias é real e agora é preciso evoluir nos termos para a entradas de bens da indústria, para a qual os Estados Unidos são o principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos, por exemplo.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) calcula que 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estão livres de tarifas adicionais, após uma nova lista de exceções ter sido divulgada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na quinta-feira (20/11). O percentual diz respeito aos produtos livres de quaisquer tarifas. Em valores, ele representa US$ 14,3 bilhões dos US$ 40,4 bilhões em produtos vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos no ano passado, usado como base de comparação. Desde o início do tarifaço, aumentou em 42% a fatia das exportações brasileiras aos Estados Unidos que não estão sujeitas nem a 10%, nem a 40%.

O MDIC calcula que 22% das exportações brasileiras, ou US$ 8,9 bilhões, ainda estão sujeitas às tarifas estabelecidas na Ordem Executiva assinada por Donald Trump no dia 30 de julho, incluindo nesse grupo tanto os produtos que pagam apenas a tarifa extra de 40%, quanto os que pagam os 40% mais a taxa-base de 10%. Outros 15% (US$ 6,2 bilhões) continuam sujeitos apenas à tarifa de 10%, e 27% (US$ 10,9 bilhões), às tarifas da Seção 232. A principal preocupação do governo, agora, é com os produtos industriais que continuam tarifados. Aviões da Embraer, por exemplo, continuam sujeitos a uma taxa de 10%. Além disso, a substituição de mercados tende a ser mais lenta para a indústria do que para o agronegócio, que havia conseguido escoar as exportações de carne para a China e o México, antes de ter as tarifas zeradas sobre esse produto, por exemplo. É natural que, para o setor industrial, a busca de mercados alternativos envolva maior complexidade do que para commodities. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.