24/Nov/2025
O dólar fechou a sexta-feira (21/11) em forte alta no Brasil, novamente acima dos R$ 5,40, com as cotações ajustando-se às notícias da véspera sobre o mercado de trabalho norte-americano e reagindo negativamente aos ruídos entre Planalto e Senado após indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal. Em meio ao avanço firme da moeda norte-americana também no exterior, o dólar encerrou a sessão em alta de 1,20%, a R$ 5,40. Na semana passada, a moeda norte-americana acumulou ganho de 1,97%. A moeda norte-americana oscilou em alta ante o Real durante todo o dia, ajustando-se em relação à véspera.
Enquanto o mercado brasileiro esteve fechado em função do feriado do Dia da Consciência Negra (20/11), o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que a economia norte-americana gerou 119.000 vagas em setembro, ante projeção de 50.000 postos de economistas. A taxa de desemprego subiu para 4,4%, ante projeção de 4,3%. Os números do payroll, apesar de mistos, justificaram a alta do dólar ante a maior parte das divisas na quinta-feira (20/11), o que fez a moeda norte-americana se ajustar ante o Real na sexta-feira (21/11). Segundo a Correparti Corretora, no Brasil houve um ajuste. O payroll deu ‘um nó na cabeça do investidor’, que não sabe se de fato o Fed vai cortar os juros.
O fato de o dólar ter subido novamente ante algumas divisas de emergentes e exportadores de commodities na sexta-feira (21/11), em um dia de queda firme do petróleo, também deu sustentação às cotações no Brasil. O movimento foi intensificado pela disparada de ordens de stop loss (parada de perdas) em alguns momentos, mas também pelos desdobramentos da indicação do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A indicação de Messias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desagradou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Neste cenário, há o receio de uma piora na relação entre Planalto e Senado, com possíveis consequências para a área fiscal. Segundo a BGC Liquidez, a indicação de Messias e o risco de ‘pautas-bomba’ no Senado fizeram a questão fiscal voltar. O dólar é quem mais está respondendo a esta piora estrutural. E há também o movimento global, porque o dólar está ganhando ante as moedas emergentes. Após marcar a menor cotação do pregão, de R$ 5,35 (+0,25%), logo após a abertura, o dólar atingiu o pico de R$ 5,41 (+1,53%). Os fatores de alta para o dólar ante o Real acabaram se sobrepondo à notícia, também da quinta-feira (20/11), de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto removendo a tarifa de 40% sobre produtos brasileiros como carne bovina, café e suco de laranja, entre outros.
A medida abre espaço para a recuperação das exportações do Brasil para os Estados Unidos, com potencial impacto no fluxo e nas cotações do dólar. No exterior, embora as apostas em possível corte de juros nos Estados Unidos em dezembro tenham voltado a crescer, o dólar seguiu mais forte que a maior parte das demais divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,03%, a 100,190. Além disso, o dólar subia ante pares do Real como o peso mexicano e o peso chileno. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.