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15/Dec/2025

Brics: Brasil enfatizou a defesa do multilateralismo

A defesa do multilateralismo diante de um cenário mundial complexo foi um dos destaques da presidência brasileira do Brics, na avaliação de coordenadores no primeiro dia de reunião com os sherpas (negociadores da área diplomática) realizada em Brasília na semana passada. "Enfrentamos um contexto internacional marcado pela desconfiança em várias frentes e pelo próprio questionamento do multilateralismo. Essas tendências exerceram pressão adicional sobre a ação coletiva", lembrou o embaixador Mauricio Lyrio, conforme informações do Ministério das Relações Exteriores. Sherpa do Brasil, ele ficou conhecido como "Sr. G20" e é apontado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um articulador de primeira grandeza. A Declaração Final de Líderes do Brics, divulgada ao final da reunião de cúpula no Rio de Janeiro, em julho, condenou guerras, defendeu uma governança global mais inclusiva e reforçou a necessidade de reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

A coordenação do Brasil não foi apenas uma necessidade prática, mas uma reafirmação do compromisso compartilhado com o multilateralismo em uma ordem internacional mais equilibrada, representativa e cooperativa. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Mauro Vieira, enfatizou que se tratou de um esforço de todo o governo, refletindo não apenas a amplitude da agenda do Brics, mas também a extensão em que essa cooperação agora vai muito além das áreas tradicionais de coordenação política e financeira. Grandes questões internacionais continuarão sendo centrais, mas as sociedades também esperam resultados concretos das iniciativas. O Brics deve ser visto não apenas como um fórum de diálogo entre governos, mas também como uma plataforma capaz de gerar benefícios tangíveis para os povos.

De acordo com o Itamaraty, ao longo dos últimos 12 meses, o Brics contou com 220 videoconferências, 62 reuniões técnicas, 21 reuniões ministeriais, quatro reuniões de Sherpas, além das cúpulas virtual e a de líderes no Rio de Janeiro. O documento apresentado pelo Brasil servirá de base para a transição da presidência para a Índia. Durante a cerimônia de passagem da liderança na sexta-feira (12/12), a Índia apresentou as prioridades da próxima gestão. O embaixador e sherpa indiano, Sudhakar Dalela, afirmou que a consolidação das conquistas em todas as áreas (política e de segurança, econômica e financeira, e de intercâmbios interpessoais e culturais) evidencia a seriedade com que o Brasil conduziu a presidência do grupo. Este ano foi especialmente significativo, pois coincidiu com a fase de consolidação da composição ampliada. A integração de novos parceiros trouxe um equilíbrio delicado, preservando os princípios fundamentais do Brics e ajustando-se às mudanças da governança global. A liderança brasileira foi exemplar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.