15/Dec/2025
De acordo com o Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a redução do gelo marinho na Antártida no último ano está diretamente relacionada à intensidade do ciclone extratropical que atingiu a Grande São Paulo na quarta-feira (10/12). De três a cinco anos para cá, se observa que o mar congelado é menor tanto no verão quanto no inverno. Alguns trabalhos recentes revelaram que a redução do gelo interfere na circulação atmosférica, favorecendo a formação de ciclones extratropicais do Sul para o Sudeste, sobre o continente.
Esse ciclone, porém, teve algumas características atípicas. Ele se formou sobre o continente neste fim da primavera, com uma massa de ar frio avançando do Sul para o Norte no Brasil, o que é mais normal no inverno. Nesta época do ano, o contraste (da frente fria com a quente) é ainda maior. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), este tipo de ciclone como o de agora (mais intenso e sobre o continente) aumentou nos últimos 40 anos. Isso é consenso.
Isso faz todo o sentido porque há dois elementos que contribuem para intensidade dos ciclones e estão relacionados às mudanças climáticas: o aumento da temperatura dos oceanos (que gera mais evaporação e chuva) e o aumento da temperatura do ar (que provoca o aumento da umidade). Eventos severos ou extremos, junto das vulnerabilidades locais, podem se tornar “deflagradores de desastres”. É essencial que haja ambição e cumprimento de medidas mitigatórias para rápida redução das emissões de gás carbônico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.