16/Dec/2025
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente da França, Emmanuel Macron, concordaram sobre a necessidade de adiar a votação final da União Europeia sobre o acordo comercial com o Mercosul, segundo fontes ouvidas pela Reuters. O movimento reforça a articulação francesa para reunir uma "minoria de bloqueio" contra o tratado negociado pela Comissão Europeia, cuja deliberação no Conselho Europeu era esperada ainda nesta semana. A pressão ocorre às vésperas de uma votação agendada para esta terça-feira (16/12) no Parlamento Europeu sobre as chamadas cláusulas de salvaguarda do acordo Mercosul-UE, que tratam de mecanismos de proteção para produtos agrícolas sensíveis.
Apesar de confirmada por um representante da União Europeia, o agendamento da votação pode ser alterado, já que a agenda do Parlamento Europeu é provisória. O texto em discussão faz parte do processo legislativo europeu relativo às "salvaguardas bilaterais" previstas no pacto com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O acordo UE-Mercosul, negociado ao longo de cerca de 25 anos e frequentemente travado perto da conclusão, é visto pela Comissão Europeia como uma forma de diversificar os laços da Europa. O governo da França expressou fortes preocupações sobre o tão esperado acordo comercial da União Europeia com países o Mercosul em sua forma atual, afirmando que o acordo ainda pode deixar os agricultores do bloco vulneráveis.
Foi mencionado que o acordo com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não é aceitável em sua forma atual, acrescentando que a agricultura e a proteção do consumidor não podem "ser sacrificadas nas negociações comerciais". Para o governo francês, esses avanços ainda estão incompletos e devem ser finalizados e depois implementados de maneira operacional, robusta e eficaz para entregar e avaliar completamente seus efeitos completos. A França quer que os prazos de dezembro para o acordo sejam adiados para dar ao bloco tempo para garantir “proteções legítimas para os agricultores europeus”.
A pressão da França ocorre enquanto os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia se preparam para uma cúpula de final de ano abordando uma ampla gama de questões, desde o orçamento da União Europeia até a Ucrânia e as tensões globais sobre a política econômica. A Comissão Europeia, encarregada de redigir a legislação, moveu-se para aliviar as preocupações dos integrantes em outubro, propondo adicionar salvaguardas adicionais para o setor agrícola do bloco, que inclui monitorar as tendências do mercado sobre importações como carne bovina e aves, e comprometendo-se a investigar se houver um aumento de produtos mais baratos da América do Sul ou uma queda nos preços domésticos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.