16/Dec/2025
Após chegar a oscilar abaixo dos R$ 5,40 no início da sessão, o dólar ganhou força e fechou esta segunda-feira (15/12) próximo da estabilidade ante o Real, com profissionais do mercado citando o tradicional fluxo de saída de recursos do País no fim de ano para justificar o movimento. A recuperação do dólar no Brasil esteve na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedeu ante a maior parte das divisas. O dólar fechou com leve alta de 0,16%, a R$ 5,42. No ano, a moeda acumula baixa de 12,26%. A sessão começou com o dólar em baixa no Brasil, acompanhando o recuo da moeda ante outras divisas no exterior, enquanto investidores também ponderavam dados de atividade divulgados pelo Banco Central. O Banco Central informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) cedeu 0,2% em outubro ante setembro, na série com ajustes sazonais.
O resultado do indicador, considerado um sinalizador para o Produto Interno Bruto (PIB) foi pior que a projeção de economistas, de alta de 0,10%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,4%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 2,5%, conforme a série sem ajustes sazonais. O IBC-Br é mais um dos indicadores recentes que corroboram a percepção de que a economia brasileira está em desaceleração, um fator que vem sendo destacado por agentes que projetam corte da taxa básica Selic já na reunião de janeiro do Banco Central. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, enquanto nos Estados Unidos a taxa de referência do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está na faixa de 3,50% a 3,75%. Este diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos vem sendo apontado como um dos fatores para atração de investimentos ao País, segurando as cotações do dólar em patamares mais baixos.
Neste cenário, o dólar atingiu a cotação mínima de R$ 5,38 (-0,58%), em sintonia com o recuo visto também no exterior. A partir daí, no entanto, a moeda norte-americana passou a ganhar força, com alguns agentes aproveitando as cotações mais baixas para comprar divisas. Profissionais pontuaram que o movimento esteve relacionado aos tradicionais envios de recursos ao exterior no fim de ano, por empresas e fundos. O dólar marcou a máxima de R$ 5,42 (+0,25%). No exterior, um dos destaques era a queda firme do dólar ante o iene, com os agentes precificando uma elevação iminente de juros no Japão. O dólar também sustentou perdas ante uma cesta de moedas fortes durante a maior parte da sessão. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,11%, a 98,304. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.