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24/Abr/2019

Caminhoneiros descartam possibilidade de greve

Com a promessa de que o governo vai fiscalizar o cumprimento da tabela de preços mínimos para o frete rodoviário, os caminhoneiros descartaram, na segunda-feira (22/04), a chance de uma nova paralisação. Cerca de 30 representantes da categoria estiveram reunidos com o ministro da Infraestrutura. Ao deixar o encontro, eles afirmaram que as bases foram acalmadas. Segundo a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), não houve um acordo, mas sim um compromisso de uma agenda positiva. Os representantes levaram ao governo algumas questões que não eram de conhecimento das autoridades e que, em troca, receberam o compromisso de que a tabela será de fato fiscalizada. Esse compromisso deve acalmar as bases e não deve haver paralisação nesse momento. Outra questão que, segundo os representantes, teria sido fechada pelo governo, é a promessa de que a tabela será reajustada de acordo com as mudanças do preço do diesel.

O primeiro reajuste seria feito até o dia 29 de abril, de acordo com as alterações que o valor do combustível sofreu desde o início do ano. O governo ficou de calcular de quanto será essa mudança e a categoria está confiante. Um dos líderes da categoria, Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, afirmou que os próprios caminhoneiros deverão ser agentes de fiscalização, levando denúncias de empresas que não estão cumprindo a tabela à CNTA, que por sua vez repassará à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e governo. O ministério teria se comprometido também a retirar multas a motoristas que fizerem as denúncias. O encontro dos caminhoneiros com o ministro da Infraestrutura foi regado a reclamações, ameaças e até choro. Os representantes cobraram do ministro a aplicação do piso mínimo do frete e uma solução para os constantes aumentos do diesel. O ministro afirmou que a variação do combustível não será mais problema quando os reajustes forem repassados de forma imediata para o piso, o que deve ocorrer em breve.

Na reunião, conturbada em alguns momentos, os motoristas relataram ao ministro as dificuldades do dia a dia e os problemas financeiros decorrentes da falta de frete e dos baixos valores pagos no mercado. Com Wallace Landim, o Chorão, fora da reunião, os representantes fizeram questão de dizer que o governo está negociando com as pessoas erradas e que Chorão não representa a categoria, pois é motorista de van, não de caminhão. Nas últimas semanas, houve um racha entre os caminhoneiros. Uma parte acredita que a única forma de o governo ouvir suas queixas é fazendo uma nova paralisação. Nesse caso, a data marcada seria dia 29 de abril. Do outro lado, estão aqueles que preferem aguardar mais um tempo e continuar negociando com o governo melhorias para os caminhoneiros. Por trás da decisão, está a delicada situação financeira dos motoristas que estão endividados e não podem deixar de faturar neste momento. Outra explicação é que os caminhoneiros não querem atrapalhar o início de governo de Jair Bolsonaro (a maioria votou nele para presidente).

Uma greve atrasaria ainda mais a lenta recuperação econômica do País e prejudicaria ainda mais a categoria. A briga entre os dois grupos de caminhoneiros tem provocado uma série de ameaças, inclusive de morte, por meio de áudios e conversas de WhatsApp. De qualquer maneira, após a reunião, o Ministério da Infraestrutura declarou ter firmado uma agenda de trabalho de curto prazo, com o objetivo de amenizar os efeitos da variação do preço do diesel para a categoria, e destacou que a pasta está disposta a manter aberto o diálogo. O ministério detalha que essa agenda envolve estudos para a eliminação de multas desnecessárias aos caminhoneiros, a transferência do custo do diesel para a tabela de frete e a fiscalização da referência de custo do piso mínimo do frete. Para garantir que essa fiscalização será efetiva, a pasta celebrou um termo de compromisso com as entidades representantes. Depois do encontro com o ministério, os caminhoneiros descartaram a chance de uma nova paralisação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.