24/Abr/2019

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a promessa do governo a representantes dos caminhoneiros de reajustar rapidamente a tabela do frete de acordo com o aumento no preço do diesel transfere um problema da Petrobras para o setor de grãos. A avaliação é de que se com a tabela antiga já era ruim para o setor, ficou muito pior, porque não oferece condição de dar garantia de preços. Isso é transferir um problema da Petrobras para o setor exportador que não tem nada a ver com essa situação.

A entidade avalia que o governo optou por preservar a lucratividade da Petrobras transferindo o problema para o setor. A decisão afeta a rentabilidade do setor de soja. Já existe a redução de exportação de soja por causa de peste suína africana na China, pronunciamentos contrários à Lei Kandir, uma tendência de baixa de preços em razão da guerra comercial que provoca aumento dos estoques norte-americanos. São muitas notícias negativas para o setor. O reajuste na tabela, no mínimo, vai afetar muito a lucratividade, seja do produtor, seja do exportador. Enquanto isso, a compra de caminhões por parte de exportadores se torna uma alternativa mais palpável. Esta parece ser a melhor opção no momento.

Se antes este era apenas um pensamento, agora tornou-se uma opção consistente. A percepção é de que o custo extra da tabela de frete corrigida é impossível de ser absorvido. Muito do que está sendo exportado é com base no que as empresas podem pagar. O problema é considerado bastante grave e difícil de ser solucionado. O setor não tem encontrado respostas junto ao governo, mas acredita que serão necessárias discussões para avaliar o que é possível fazer. Mas, se o governo está preocupado com greve, o momento atual não parece propício. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.