ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Abr/2019

Código Florestal: agronegócio não quer mudanças

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne cerca de 190 representantes do agronegócio, do meio ambiente e do setor florestal, emitiu um manifesto contra projetos de lei e medidas provisórias apresentadas no Congresso Nacional nas últimas semanas para alterar partes do Código Florestal. Para a Coalizão, essas medidas mantêm o clima de insegurança jurídica e prejudicam os esforços para implementação da lei. Na semana passada, os senadores Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Marcio Bittar (MDB-AC) apresentaram um projeto (PL 2.362/2019) que revoga o capítulo que trata da reserva legal no Código Florestal.

O argumento dos parlamentares é de que há no País uma “ecologia radical, fundamentalista e irracional” que impede o desenvolvimento e reduz a concorrência do Brasil. A Coalizão identificou pelo menos outros 20 projetos na Câmara e no Senado que buscam modificar partes do Código Florestal. Para o grupo, a implementação do Código Florestal e, consequentemente, a existência da reserva legal, são passos fundamentais para fortalecer a produção de alimentos e a conservação ambiental no País, que tem a terceira maior área de produção agropecuária do planeta.

Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), os projetos que visam a alteração de partes dessa lei podem atrasar muito o processo e colocar em risco conquistas importantes do Código Florestal, como a reserva de parte das propriedades privadas para a conservação, além de um ambiente de negócios propício para a atração de investimentos e acesso aos mercados. A sociedade e os congressistas precisam entender que, sem florestas, o agronegócio está em risco, pois elas garantem chuva, umidade e outros serviços ambientais que são essenciais à produção de alimentos e de produtos florestais. O documento da Coalizão ressalta que o Código Florestal integra um conjunto de medidas para combater o desmatamento ilegal e é uma forma de valorizar os produtores que cumprem a lei.

Combater a ilegalidade deve ser a prioridade de qualquer governo. Fortalecer o agronegócio legal contribui para a imagem do setor no exterior, garantindo acesso aos mercados internacionais mais exigentes, diz o manifesto. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirma que o Código foi uma conquista da sociedade brasileira e coloca o Brasil em destaque no mundo. Quebras de regras já definidas e aprovadas geram desconfiança e isso não é bom. Essas alterações prejudicam o agronegócio no mercado internacional, mas também o Brasil como um todo. Alterar o Código Florestal agora é um retrocesso. Por fim, o documento destaca a necessidade de fazer valer a lei, e não "perder tempo" com novas modificações.

A Coalizão Brasil recomenda ao Congresso Nacional e ao governo brasileiro que concentrem seus esforços nos próximos passos necessários para a efetiva implementação do Código Florestal. Direcionar recursos para agilizar a validação do CAR, avançar na regulamentação dos PRAs, implantar os instrumentos necessários que criarão demanda real para as Cotas de Reserva Ambiental (CRA) e regulamentar o artigo que trata dos incentivos econômicos para a proteção da vegetação nativa, incluindo pagamentos por serviços ambientais e a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões, são algumas das ações que precisam ser implementadas em caráter de urgência. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.