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22/Mai/2019

Crescimento global menor com tensões comerciais

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua projeção de crescimento global neste ano de 3,3% para 3,2%. Segundo relatório de perspectiva divulgado nesta terça-feira (21/05), a incerteza no comércio influencia negativamente o quadro. Para 2020, a expectativa é de avanço maior no crescimento, de 3,4%, patamar mantido em relação à projeção anterior.

Com as tensões comerciais, existe incerteza e piora na confiança, o que penaliza os investimentos. Com isso, o setor manufatureiro tem sido prejudicado. Entre os principais riscos pode-se citar: a chance de um período prolongado de tarifas mais altas entre Estados Unidos e China; novas barreiras comerciais entre Estados Unidos e União Europeia; uma desaceleração mais forte da economia chinesa; crescimento contido na Europa; e vulnerabilidades financeiras por causa do alto endividamento.

No caso dos Estados Unidos, a o crescimento deve ser de 2,8% neste ano, acima dos 2,6% previstos anteriormente. Para 2020, a expectativa subiu de alta de 2,2% para 2,3%. Para a China, as projeções de crescimento foram mantidas, em 6,2% em 2019 e 6,0% em 2020. Na zona do euro, a projeção de crescimento aumentou de 1,0% a 1,2% em 2019, enquanto em 2020 ela passou de 1,2% para 1,4%. No Japão, por outro lado, o crescimento esperado é de 0,7% em 2019, quando anteriormente havia previsto avanço de 0,8%. No caso do Brasil, o crescimento deve ser de 1,4% em 2019 e de 2,3% em 2020.

A entidade fez um alerta sombrio sobre as consequências negativas da escalada das tensões entre as duas maiores potências econômicas do globo. A disputa entre Estados Unidos e China terá consequências sobre os investimentos, mas também sobre o crescimento global. A disputa afeta o mercado e a situação possa se configurar ainda de forma mais acentuada negativamente do que se imagina atualmente. É difícil colocar o impacto do imbróglio em um modelo de projeção tradicional. Por isso, é possível que os reflexos da escalada dessa tensão possam ser piores do que apontam as estimativas atuais.

A OCDE pede aos governos que ajam agora para garantir um futuro econômico mais forte. Apela a um retorno à cooperação internacional e ao diálogo multilateral para restaurar a previsibilidade na política e relançar o comércio. A entidade enviou um recado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Uma solução para o embate só poderá vir por meio de uma ação multilateral, justamente na contramão da posição norte-americana de diminuir a importância dessas instituições pelo mundo.

É preciso discussões multilaterais para essa questão. O enfrentamento à posição do governo norte-americana, que já deixou claro seu menor interesse por organismos multilaterais, se reflete atualmente até no processo de entrada do Brasil na OCDE. A entidade apresenta em seu relatório soluções para problemas de vários países do mundo, com objetivo de que estes se tornem mais fortes, inclusivos e sustentáveis. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.