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16/Ago/2019

PIB brasileiro deve retomar crescimento em 2020

Os temores de desaceleração econômica global mais forte e de piora da crise na Argentina representam um risco para a atividade brasileira, mas, por ora, o mercado segue confiante de que o Produto Interno Bruto (PIB) deve acelerar para a casa de 2% em 2020. A análise é de que, depois do primeiro semestre frustrante, a economia deve iniciar uma recuperação bastante gradual baseada em fatores domésticos na segunda parte deste ano, que só deve se intensificar, contudo, no próximo ano, com o efeito defasado do afrouxamento monetário. Por isso, ainda há chance de o PIB deste ano ficar abaixo do esperado atualmente, mesmo com a liberação do FGTS.

Por enquanto, há tensões vindas do exterior, mas existem fatores domésticos que permitirão entrar em 2020 acelerando o crescimento, enquanto o resto do mundo deve desacelerar. No exterior, a sensação é de que o conflito entre Estados Unidos e China está longe de uma resolução final, o que deve manter a incerteza elevada, adiando investimentos e comprometendo o comércio e a economia global. Além disso, há nova rodada de incertezas na Argentina, destino de 15% de todas as exportações de manufaturadas brasileiras, com o receio de que as políticas de ajuste macroeconômico sejam desfeitas em caso de mudança de governo.

Mas, apesar desses problemas, o menor juro real da história recente do Brasil, o efeito dos saques do FGTS e a redução das incertezas com o avanço da reforma da Previdência devem permitir a aceleração do crescimento no ano que vem. Alguns economistas, porém, veem com preocupação o cenário externo. Mesmo com a inversão da curva de juro nos Estados Unidos, que normalmente precede recessões, o Banco Fibra afirma que não espera que ocorra uma crise dessa magnitude, e que uma desaceleração da economia mundial já está no cenário, assim como no do Banco Central. Esse ambiente deve favorecer o afrouxamento monetário ao redor do globo, possibilitando mais cortes de juros internamente e, assim, impulso à atividade econômica em 2020, dada a defasagem.

Com a queda da Selic para 5%, conforme expectativa, o juro real pode estar ao redor de 1% no ano que vem, algo inédito em um ambiente de inflação baixa. Para a Tendências Consultoria Integrada crescer 0,9% este ano continua desafiador, embora possa haver recuperação no segundo semestre em meio à redução da incerteza e de alguma melhora no mercado de crédito. Mas, é factível ter PIB de 2% em 2020. A desaceleração do crescimento global é desfavorável para o Brasil, mas, como os limitantes do crescimento foram fatores domésticos, agora há espaço para crescer com a melhora das condições financeiras e juros historicamente baixos. Segundo a Novus Capital, o efeito de uma desaceleração global mais intensa pode, inclusive, contribuir para uma Selic ainda menor, na faixa de 4,75%, o que pode impulsionar mais o consumo. Para a Austin Rating, a depreciação recente do Real não deve preocupar o Banco Central, visto que é conjuntural e não deve se sustentar. Com a desaceleração global, o Brasil tem uma janela de oportunidade interessante para desenvolver o mercado doméstico e até amenizar o impacto desse movimento global.

As exportações pesam apenas 15% no PIB, enquanto o consumo das famílias representa 64% na ótica da demanda. A GO Associados acredita que a perspectiva de redução das exportações com o menor PIB global e o agravamento da crise na Argentina devem ter impacto significativo sobre a recuperação da economia brasileira no ano que vem. Por isso, a projeção para o PIB de 2020 foi reduzida de 2,5% para 1,55%. É difícil imaginar que a economia brasileira vai acelerar muito em um contexto em que todas as economias estão desacelerando. O cenário externo adverso deve contaminar a confiança do empresário. Por isso, o pessimismo, mesmo que ainda signifique uma aceleração ante 2019. A expectativa é de que o mercado, lentamente, deve cortar também as previsões para 2020. No acumulado do ano até julho, o superávit da balança comercial caiu de US$ 33,891 bilhões em 2018 para US$ 28,369 bilhões. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.