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19/Ago/2019

Argentina não tem um “plano B” para o Mercosul

Seria muito difícil para a Argentina fechar as portas ao mundo no comércio, em um eventual governo do oposicionista Alberto Fernández. A Argentina não tem plano B ao Mercosul, segundo a Prospectiva Consulting. O Brasil é grande, pode fazer um show sozinho, mas a Argentina não, segundo a consultoria. O assunto veio à tona, após o ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, ter dito na quinta-feira passada que se Fernández vencer e quiser fechar o Mercosul, atrapalhando o acordo com a União Europeia, o Brasil sairá do bloco. Após o resultado das primárias do último domingo, o presidente Mauricio Macri tem contra si um cenário irreversível. É muito difícil que vá mudar o quadro no primeiro turno, em 27 de outubro. Fernández é um advogado portenho e professor universitário.

Ele tem como atributos positivos sua moderação. Por outro lado, deve assumir num contexto de engessamentos na política, diante da crise econômica, da dívida e dos conflitos sociais. Há ainda a dúvida sobre qual será o papel da vice de sua chapa, a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015). Mas o possível próximo presidente argentino figura bem mais ao centro, tendo inclusive se afastado da então presidente Cristina, para depois voltar a se reaproximar dela desde o fim de 2017. As propostas de Fernández até agora incluem a redução da chamada taxa de referência, aquela que o governo paga aos bancos para reduzir a massa monetária; a recomposição salarial; o corte de impostos de economias regionais e da indústria para incentivar exportações; conter o dólar; desativar as operações de Letras de Liquidez (Leliq); e ainda reestruturar a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O candidato oposicionista agora favorito também fala em desatrelar da cotação do dólar tarifas como água e luz e os preços dos combustíveis. A dívida argentina será um problema nos próximos anos. O país terá, entre 2021 e 2022, que pagar mais de US$ 50 bilhões ao FMI. Isso é impossível para Macri, para Fernández e para qualquer um que seja eleito em outubro. Além disso, há a pressão trazida pelo quadro social, lembrando que 35% da população argentina atualmente se enquadra na pobreza. Boa parte dessa pobreza se concentra num raio de 10 quilômetros da sede do governo, na região metropolitana da capital. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.